03/04/2014 20h28 - Atualizado em 03/04/2014 20h29

Justiça aceita denúncia contra três PMs suspeitos de tortura no DF

Vítima sabia identidade de policiais envolvidos com tráfico, diz denúncia.
Suspeitos, que respondem pelo crime de tortura, negam acusação do MP.

Do G1 DF

A 4ª Vara Criminal de Brasília aceitou denúncia da Corregedoria da Polícia Militar e do Núcleo de Tortura do Ministério Público do Distrito Federal contra três PMs suspeitos de torturar um morador de rua no dia 2 de janeiro de 2013. À época, os policiais trabalhavam no Grupo Tático Operacional (GTOp), no 1º Batalhão da Asa Sul.

Segundo a denúncia do Ministério Público, os PMs torturaram o morador de rua Ronniely Medeiros de Sousa, conhecido como Pernambuco, para que ele ficasse em silêncio sobre a identidade de policiais envolvidos com tráfico de drogas na região.

No dia do suposto crime, de acordo com o MP, Geraldo Braz Costa Júnior, de 37 anos, Sidney Gomes Pereira, de 35, e Hamilton Castro da Silva, de 34 anos, abordaram o morador de rua, o algemaram e o conduziram a vítima para um matagal próximo a Vila Telebrasília.

No local, de acordo com os promotores, Ronniely foi cruelmente agredido com chutes e socos no rosto e nas costas, gás de pimenta e teve o pé perfurado com um pedaço de ferro. Ele ainda foi submetido a choques elétricos no pescoço e no braço com uma pistola taser. Segundo o MP,  os policiais ameaçaram Ronnielly de morte e recolheram a carteira e os documentos dele.

O caso veio à tona depois que a vítima procurou a Corregedoria da PM após a agressão. Um laudo do IML descreve marcas e ferimentos compatíveis com o que foi relatado pelo morador de rua.

A polícia examinou a pistola taser e constatou que o equipamento foi usado pelos policiais denunciados, no dia e no horário em que o morador de rua aponta ter sido torturado. Além disso, o serviço de rastreamento da viatura confirmou o trajeto e os horários descritos pela vítima.

Os três suspeitos respondem pelo crime de tortura, com o agravante de serem funcionários públicos. Se condenados, os policiais podem perder os cargos e ainda pagar indenização para a vítima.

O advogado dos três policiais, Bruno Eduardo Soares, informou que seus clientes são inocentes. Os policiais negam as acusações e dizem que nada do que está na investigação é verdade. O Comando da corporação não se pronunciou sobre o caso.

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