Economia

Em pesquisa da Fiesp, controle de gastos e congelamento são saída para controle da inflação

Levantamento mostrou que 69% da população sentiu aumentos grandes dos preços nos últimos 6 meses

SÃO PAULO - Levantamento feito pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) mostra que o controle dos gastos públicos e o congelamento de preços são as alternativas mais apontadas como soluções para o controle da inflação. Das mil pessoas ouvidas na pesquisa entre os dias 17 e 31 de maio, esses mecanismos foram apontados por, respectivamente, 38% e 37% dos entrevistados como a melhor saída.

Essa conclusão faz parte do estudo elaborado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp/Ciesp. Outras alternativas apontadas foram o controle dos aumentos contratuais de preços (14%) e o aumento da taxa de juros (3%). Para 1% das pessoas ouvidas, o governo não precisaria fazer nada para alterar o quadro. Outros 7% não sabem ou não responderam.

No acumulado dos 12 meses até junho, a inflação está em 6,52%, acima do teto da meta de inflação, que é de 6,5%. Para tentar controlar a inflação, o Banco Central tem mantido a taxa de juros em patamares elevados. A Selic está em 11% ao ano.

GRANDES AUMENTOS

Outra conclusão da pesquisa é que para 69% da população houve grandes aumentos de preços nos últimos seis meses. Segundo o diretor titular do Depecon, Paulo Francini, essa percepção está presente nas diferentes faixas de renda, grau de instrução e faixas etárias.

Francini explica, no entanto, que para cada grupo o aumento de preços é sentido de forma diferente. “Para os brasileiros com renda menor, a inflação de itens como alimentação pode se fazer sentir mais, enquanto os gastos com serviços podem pesar mais entre aqueles com renda maior”, explicou na pesquisa.

Ainda de acordo com o levantamento, para 73% das pessoas ouvidas a política econômica do governo é indicada como responsável pela elevação dos preços. Já para 10%, a responsável é a crise econômica internacional. Em seguida, aparecem as empresas (para 7%) e os próprios consumidores (3%). Os demais 9% ouvidos não sabem ou não responderam.

Sobre juros mais altos para combater a inflação, a maior parte dos entrevistados (89%) não concorda com esse instrumento.