Economia

Ônibus aposta em preço baixo e atendimento a estrangeiro

Para concorrer com avião, empresas investem em melhoria da frota

RIO - A restrição de 800 voos em alguns aeroportos de cidades-sede da Copa 2014 no horário dos jogos pode impulsionar vendas de passagens rodoviárias no país. Para ganhar o passageiro torcedor, o setor investe em melhorias na frota e em serviços de atendimento ao estrangeiro. O preço mais acessível, na comparação com os bilhetes aéreos, é a principal aposta para crescer, sobretudo, em viagens regionais.

— Esperamos que a demanda por passagens rodoviárias tenha aumento de 30% no período do Mundial. As companhias do setor estão preparadas para dar conta do movimento. Se a procura for maior, temos a vantagem de poder colocar ônibus extras — diz Paulo Porto Lima, presidente da Associação Brasileira de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati).

As aéreas, continua ele, ficarão com grande parte da demanda em deslocamentos de longa distância. Assim, viagens de até 600 quilômetros serão o o foco do setor rodoviário.

— De ônibus, o preço da passagem é regulado. Dá para viajar entre Rio e São Paulo por R$ 50 — destaca Lima.

Viagens regionais

A Útil, que tem sede no Rio, investiu R$ 7 milhões na compra de sete novos ônibus para reforçar a operação durante a Copa. A frota tem 272, no total. Trabalha ainda para melhorar o atendimento ao viajante estrangeiro.

— Teremos atendentes trilíngues em Rio, Guarulhos, Brasília e Belo Horizonte. E, até semana que vem, nosso site terá acesso para compra de passagens em francês, inglês e espanhol, sem uso de CPF — explica Rudimila Borges, gerente de marketing da Útil.

A empresa prevê movimento 15% maior na Copa, principalmente na linha Rio-São Paulo. A transportadora também opera a linha Rio-Santos. E planeja atrair viajantes internacionais chegando ao país pela capital paulista.

A fluminense Autoviação 1001 é outra que vê a rota Rio-São Paulo como top em demanda na Copa. Estima aumento de 15% no movimento. Vai reforçar ainda saídas do Rio para a Região dos Lagos e espera expansão da demanda por causa das férias escolares e dos turistas estrangeiros.