Moda
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Por Da Redação


Do ateliê de André Lima: a coleção resort 2014 do estilista, uma das últimas criadas sob a etiqueta que leva seu nome (Foto: Ricardo Toscani) — Foto: Vogue

Há muita coisa na cabeça de André Lima agora – em seu Tumblr, por exemplo, uma sequência que envolve Grace Jones, peças prateadas e estruturadas criadas por Paco Rabanne em 1966, obras da fase concretista do artista austríaco Lothar Charoux e um GIF no qual pássaros finalizam a confecção de uma roupa no filme Cinderela, da Disney, corresponde às suas mais recentes postagens. A plafaforma on-line (que é curiosamente onde ele começa as manhãs diariamente) diz algo sobre o novo momento profissional do estilista paraense, no qual ele encerra as atividades da marca que leva seu nome para se dedicar a uma produção criativa mais plural.


"Não quero deixar de desenhar roupas, absolutamente. Apenas quero fazer mais do que isso", diz ele, que fechou as portas do prédio que abrigava seu ateliê no bairro paulistano da Vila Olímpia, e despachou o acervo de 700 vestidos criados ao longo de 15 bons anos de carreira para instituições de ensino como a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), o Museu de Arte do Rio (MAR), a Faculdade Anhembi Morumbi e a Universidade Federal do Pará. "Trabalhando exclusivamente para a moda, ficaria preso a um segmento, dentro de um sistema com datas pré-determinadas para o lançamento de coleções e, mais importante que isso, seguiria lidando com uma linguagem só. A moda segue sendo um filtro que tenho para olhar o mundo, mas meu desejo de expressão já não está apenas na roupa", explicou, em entrevista ao site da Vogue.

O estilista André Lima: "A moda segue sendo um filtro que tenho para olhar o mundo, mas meu desejo de expressão já não está apenas na roupa" (Foto: Arquivo Vogue) — Foto: Vogue

Para onde ele vai partir agora? "De uma consultoria criativa de moda a uma parceria com marca de beleza, da criação de estampas para decoração a um curso de moda; tem muita coisa que me interessa nesse momento", contou – e, a gente sabe, tem muita coisa que André sabe fazer (falamos aqui, afinal, do homem que começou a trabalhar como produtor de programas de tevê e passou pelos departamentos de maquiagem e figurino acumulando referências para se tornar um dos maiores nomes da moda nacional). Colaborações feitas no passado, como tecidos e móveis para para a FirmaCasa, pares de sapato para Olook e uma coleção fast-fashion para a Riachuelo apenas endossaram seu potencial multitasker. "Estava fazendo vestidos sob medida, em edição limitada, para festa. Quando imaginei que iria criar uma coleção cuja peça mais cara custava R$ 198?", lembrou. "O papel do criativo vai muito além de criar um tipo específico de roupas", finalizou. Viva a diversidade, mesmo. (ANTONIA PETTA)

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