O Ministério Público do Rio (MP-RJ) busca provas de uma suposta difamação na internet contra o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves. Nesta quarta-feira (11), ao menos um mandado de busca e apreensão foi realizado no Rio.
Segundo o MP, outras diligências estão em andamento. A assessoria de imprensa do PSDB informou que pediu investigação de crimes praticados contra o senador por “quadrilhas virtuais".
A jornalista Rebeca Mafra reclama que teve sua casa, na Lapa, Centro do Rio, "revirada" por policiais sem a sua presença durante a operação. Rebeca contou estava na Barra, na Zona Oeste, quando recebeu uma ligação de um oficial de Justiça dizendo que tinha um mandado de busca e apreensão, emitido pelo MP. O motivo, segundo ela, seria a investigação sobre comentários difamatórios na internet contra o pré-candidato do PSDB.
"Eu me senti e me sinto invadida depois disso. Acho que tudo isso foi feito da maneira equivocada, sem eu estar em casa. Me sinto insegura", contou a jornalista, que diz jamais ter feito qualquer menção difamatória ao candidato e que não recebeu intimação. "Minha casa só não foi arrombada porque minha amiga, por sorte, tinha a chave e abriu a porta."
Em nota, o Ministério Público afirma que recebeu representação do senador Aécio Neves e que está realizando diligências que incluem o cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Assessoria do PSDB afirma que ao apresentar ao MP-RJ pedido de investigação dos crimes praticados contra Aécio por quadrilhas virtuais, "em nenhum momento, requereu a realização de busca e apreensão de quaisquer equipamentos ou documentos, sejam em residências ou em sedes de empresas".
Ainda segundo o partido, "os pedidos solicitados limitaram-se aos que são padrão nesse tipo de investigação, qual seja: oitiva de testemunhas, depoimento dos suspeitos já identificados como participantes da quadrilha, e providências para apuração se essas pessoas são remuneradas por terceiros pela execução dessas ações.
Pertences na delegacia
Rebeca reclama ainda que vários objetos pessoais seus foram levados para a delegacia. "Não tenho nenhuma ligação com política, jamais falei nada contra ele. Estava fora do Rio, não tive nem tempo para isso (...) Levaram um computador, dois HDs externos, pendrive, CD e fotos pessoais minhas, um iPhone, diversos bens materiais. Teria de haver um técnico para que eles realizassem a perícia dos dados sem levar nada, mas levaram isso tudo para a 5ª DP", disse a jornalista, que já contratou um advogado para a orientar em como seguir com o caso.
O G1 pediu um posicionamento da Polícia Civil do Rio, mas não havia obtido resposta até a publicação desta reportagem.