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Atirador usava apps LGBT e ia a boate de Orlando, dizem frequentadores

Testemunha disse ter conversado com Omar Mateen em diferentes ocasiões
Uma das fotos de Omar compartilhadas pelas redes sociais Foto: Reprodução
Uma das fotos de Omar compartilhadas pelas redes sociais Foto: Reprodução

ORLANDO - Pelo menos quatro frequentadores regulares da boate gay Pulse, onde o atirador Omar Mateen matou 49 pessoas antes de ser morto na madrugada de domingo pela polícia, disseram ter visto e conversado com ele em diferentes ocasiões. Outras pessoas que iam à casa noturna disseram que trocaram mensagens com ele em diferentes aplicativos de relacionamento LGBT.

— Às vezes ele ficava no canto, bebendo sozinho. Mas às vezes ele ficava tão bêbado que falava alto e ficava beligerante — disse ao "Orlando Sentinel" Ty Smith, frequentador do local.

Segundo Ty, ele já conversou com o atirador em diferentes ocasiões.

— Não costumávamos falar muito com ele, mas me lembro de ele falar algo sobre o pai algumas vezes. Disse que tinha mulher e um filho.

Ele e um outro frequentador, Chris Callen, que atuava como drag queen na Pulse, disseram ao "Canadian Press" que Mateen os ameaçou com uma faca quando eles fizeram piadas religiosas.

— Ele bebia muito. Não podia beber quando estava em casa, com a família. Seu pai era muito estrito com o tema. Ele costumava reclamar disso — disse Callen.

Sob anonimato, outras pessoas que visitam o local frequentemente também disseram tê-lo visto na boate antes. O chefe policial John Mina não confirmou as visitas prévias de Mateen ao local.

Outro frequentador habitual da Pulse, Kevin West, disse que Mateen costumava conversar com ele no aplicativo de relacionamento gay Jack'd, sem saber seu nome verdadeiro. Ele disse ter visto o atirador à 1h, pouco antes do tiroteio. Ele o reconheceu enquanto deixava um amigo na boate.

— Ele passou por mim, e eu disse 'oi'. Ele também deu 'oi'. Eu o reconheci pelo rosto.

Um outro frequentador, sob anonimato, disse à MSNBC que viu perfis com fotos de Mateen em outros apps gays, como Grindr e Adam4Adam. Ele teve dois amigos supostamente contatados por Mateen.

— Ele era muito esquisito nas mensagens, eu o bloqueei na hora.

Mais cedo, perguntada pela CNN se o ex-marido poderia ter tendências homossexuais, sua ex-mulher, Sitora Yusufiy, hesitou e disse que não sabia.

MESQUITA É ALVO DE ATAQUES

Uma mesquita da Flórida virou alvo de agressões pela comunidade local. Isso porque era frequentada  por Mateen e também havia sido frequentada por Moner-Muhammed Abu Salha, um homem-bomba que atuou na Síria em 2014.

Na porta da mesquita em Forte Piece, motoristas gritavam "queimem tudo!" em referência ao local religoso. Autoridades relataram que pessoas invadiram o templo com gritos. Além disso, moradores locais tentam iniciar uma petição para que a mesquita seja removida.

O imã Rahman, responsável pelo local, condenou as ações de Mateen e defendeu o respeito pela sua religião. Ele afirma que conheceu Mateen e sua família quando ele ainda era uma criança

Segundo o imã, ele cresceu como uma criança energética, mas acabou se tornando um adulto quieto. O atirador frequentava a mesquita cerca de quatro vezes por semana.

— Ele vinha com o seu filho para as preces noturnas — disse o imã à imprensa local. — Ele não era apenas um muçulmano, mas um muçulmano da região. Então, isso foi um choque.