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FIA cogita alterar regra de safety car
após acidente de Bianchi no Japão

Entidade é alvo de críticas por não ter acionado carro de segurança após batida de
Adrian Sutil, o que poderia ter reduzido chances de acidente que feriu Jules Bianchi

Por Suzuka, Japão

Alvo de críticas e questionamentos após o grave acidente de Jules Bianchi no GP do Japão, a FIA já admite adotar mudanças nas regras que determinam a entrada do safety car quando há problemas. Na encharcada pista de Suzuka, o alemão Adrian Sutil perdeu o controle da Sauber na curva Dunlop e acertou em cheio a barreira de pneus. Um guindaste foi ao local para retirar o carro, mas o safety car não foi acionado. Na volta seguinte, Bianchi passou reto na mesma curva e colidiu com o trator. Internado no Hospital Geral de Mie, o piloto foi submetido a uma cirurgia no domingo se encontra em "estado crítico, mas estável", segundo informações desta segunda-feira do porta-voz da FIA, Matteo Bonciani.

Após o acidente, alguns pilotos e ex-pilotos, como Jacques Villeneuve, campeão mundial de 1997, afirmaram que a presença do safety car logo após o acidente de Sutil poderia ter reduzido a possibilidade de um acidente como o de Bianchi, que recebeu os primeiros atendimentos na pista e foi levado de ambulância ao Hospital Geral de Mie, onde foi submetido a uma cirurgia para conter uma hemorragia intracraniana. De acordo com o jornal britânico "Mirror", a FIA já considera alterar o processo de decisão sobre o acionamento ou não do carro de segurança.

Jules Bianchi bateu com Marussia em trator durante GP do Japão (Foto: Getty Images)Jules Bianchi bateu com Marussia em trator na reta final do GP do Japão, em Suzuka (Foto: Getty Images)


Atualmente, o safety car é uma responsabilidade exclusiva do diretor de prova da entidade, Charlie Whiting. A FIA analisa agora a possibilidade de estender o poder de decisão para mais de uma pessoa, com o objetivo de favorecer uma opinião divergente quando Whiting considerar que o carro de segurança não seja necessário em determinada situação. A alteração, no entanto, depende de uma análise aprofundada sobre os padrões de segurança adotados pela Fórmula 1.

GP do Japão largada Safety car Lewis Hamilton Nico Rosberg (Foto: Getty Images)GP do Japão teve largada com safety car, por causa da forte chuva em Suzuka (Foto: Getty Images)

Para o tetracampeão Alain Prost, também houve uma falha por parte da direção de prova. O ex-piloto francês acredita que um veículo de grandes dimensões como o guindaste utilizado para a retirada da Sauber de Sutil não poderia sequer adentrar a pista sem que a corrida estivesse com o safety car acionado. 

- A entrada desse trator sem o safety car estar na pista é completamente inaceitável. É um grande erro, que não pode se repetir. Há um erro, sem dúvida. Precisamos denunciar isso. Será que a decisão de permitir esse veículo veio da direção da corrida ou dos comissários responsáveis pela curva onde ocorreu o acidente de Sutil? Alguém tomou esta decisao. Foi a direção ou foram os comissários? - questionou o francês.

Diante da forte chuva que caía em Suzuka, por causa da aproximação do tufão Phanfone, a direção de prova optou por dar a largada com o safety car na pista. A disputa acabou paralisada com bandeira vermelha apenas três voltas depois. Quando foi retomada posteriormente, o carro de segurança permaneceu por mais sete voltas. Na reta final do GP, a chuva voltou a ficar forte e os pilotos começaram a reclamar das péssimas condições de visibilidade e da pouca aderência dos carros no asfalto molhado. Após o acidente de Bianchi, a organização decidiu encerrar a corrida, nove voltas antes do previsto.