A eliminação da seleção brasileira na fase de grupos da Copa América Centenário virou tema de debate no mundo inteiro. A derrota com gol de mão para o Peru gerou grande repercussão e ligou o alerta sobre o futuro do futebol brasileiro. Nesta segunda-feira, Galvão Bueno afirmou que a necessidade de mudança é realmente imediata, mas listou uma série de problemas ainda maiores envolvendo os escândalos na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
No Jornal Nacional, Galvão aproximou o vexame da eliminação precoce nos Estados Unidos ao golpe sofrido em 2014, após goleada de 7 a 1 contra a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. Fez ainda o pedido por uma maior representatividade da CBF junto à Fifa e Conmebol (confira no vídeo acima).
- Nossos comentaristas
já deixaram claro que o momento é de mudança, e é mesmo. Mas os problemas na
Seleção vão muito além das quatro linhas, muito além dos estádios de futebol.
Vivemos nosso maior trauma com o 7 a 1 em 2014, em casa. Mas não se classificar
na Copa América num grupo com Peru, Equador e Haiti é uma vergonha quase tão
grande quanto àquela. Um desrespeito ao futebol brasileiro de tantas tradições
e conquistas. Vivemos hoje em dia, sem dúvida, a maior crise técnica e
administrativa da história da Seleção. Uma Seleção que apresenta essa confusão
tática em campo há muito tempo. Só que ainda mais evidente é a falta de
representatividade junto às entidades que regulam o futebol internacional, como
a Federação sul-americana e a Fifa. Saímos de protagonista para sermos meros
coadjuvantes em um filme que ajudamos a escrever com a conquista de cinco
títulos mundiais. É hora sim de mudar, porque estamos a menos de dois meses da
Olimpíada e nosso desempenho nas Eliminatórias mostra que a classificação para
a Copa de 2018, na Rússia, corre um sério risco atualmente. A crise atual é uma
herança maldita de ex-presidentes presos, indiciados ou investigados pela
Justiça. E um deles permanece no poder. Será que num momento tão crítico, Marco
Polo Del Nero, investigado por corrupção, tem condições morais para decidir o
futuro da seleção brasileira? E é sempre bom lembra que a Seleção pertence ao
torcedor, ao povo. Ela não pertence a nenhum dirigente, principalmente àqueles
que trabalharam à margem da lei.
Ainda do hotel da seleção brasileira, em Boston, Gilmar Rinaldi revelou conversa com Marco Polo Del Nero e garantiu a permanência de Dunga no comando da seleção olímpica. De acordo com informações do GloboEsporte.com, a CBF tem Tite como único plano em mente, mas ainda aguarda reunião com Dunga para definir o futuro.