CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ) — Fiscais da 75ª Zona Eleitoral de Campos de Goytacazes apreenderam 800 mil panfletos do candidato do PR ao governo do estado, Anthony Garotinho, na gráfica PH Gomes Editora Ltda, que acabou sendo lacrada na tarde desta sexta-feira. Não havia registro de ordem de serviço, tiragem ou emissão correta de notas fiscais em relação à propaganda. Mas o que mais chamou a atenção da fiscalização foi uma caminhonete Pampa com placa de São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, com adesivos de Garotinho e do candidato a deputado estadual Jair Bittencourt (PR), deixando o local. Ao ser perguntado pelos fiscais sobre o tipo de carga que transportava, o motorista, que não teve o seu nome revelado pelo TRE, respondeu: “torresmo”. O carro foi vistoriado e aí veio a surpresa: 400 mil santinhos escondidos atrás dos sacos do aperetivo.
Há uma semana, a fiscalização já havia flagrado propaganda irregular no local, instalado no mesmo prédio da gráfica do jornal O Diário. Ambos são do mesmo proprietário, cujo nome o TRE não quis divulgar. A fiscalização encontrou indícios de que a gráfica fornecia grande volume do material de campanha do candidato do PR e seus aliados da coligação, por isso, o juiz da 75ª Zona Eleitoral, Geraldo da Silva Batista Junior, expediu mandado de busca e apreensão do local. A fiscalização descobriu que, em uma semana, 2 milhões de panfletos teriam sido produzidos e distribuídos em Campos e outros municípios, mas a empresa não aparece como fornecedora na prestação de contas parcial do candidato Anthony Garotinho. O candidato poderá responder por abuso de poder econômico.
O motorista e os responsáveis pela gráfica foram ouvidos pelo juiz e pela promotora Cláudia Quaresma Chacur. Em depoimento, o chefe da gráfica informou que não há controle sobre a produção e que as ordens são recebidas por telefone de um diretor do Jornal O Diário. A fiscalização apurou também que o material tinha como destino a cidade de Itaperuna.
As assessorais do candidato Anthony Garotinho e do partido do PROS foram procurados para dar explicações sobre as apreensões de materiais feitas pelo TRE de Campos e de Duque de Caxias, respectivamente, mas não responderam à reportagem até o fim da noite desta sexta-feira.