Rio

Empresas que fazem traslado de turistas mudam rota para evitar passar pela Linha Vermelha

Avenida Brasil vira a principal opção, e cresce o uso de carros blindados
Cabine da PM vazia na Linha Vermelha Foto: Felipe Hanower / Agência O Globo
Cabine da PM vazia na Linha Vermelha Foto: Felipe Hanower / Agência O Globo

RIO - Diante do cenário de violência na Linha Vermelha, algumas empresas especializadas em fazer traslados de turistas entre a Zona Sul e o Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim mudaram o itinerário para a Avenida Brasil e passaram a utilizar carros blindados. De acordo com o gerente da LDS Group, Vinícius Alonso, que costuma prestar serviços para executivos estrangeiros, um assalto recente, praticado por um homem que fingia ser ambulante, foi uma espécie de gota d’água. Nas últimas 48 horas, homens armados roubaram motoristas na Linha Vermelha, na altura da Vila dos Pinheiros . As abordagem foram na quinta e na sexta-feira, antes das 7h.

— O bandido se aproximou de um dos nossos veículos carregando um saco cheio de pacotes de pipoca. De repente, ele puxou uma arma e abordou o motorista. Roubou celulares, relógios, dinheiro, tudo. Um outro motorista da empresa viu, também na Linha Vermelha, um suposto vendedor de garrafas de água retirar uma pistola de um isopor e atacar os ocupantes de um carro. Por isso, começamos a usar automóveis blindados e mudamos nossas rotas para a Avenida Brasil. Assaltos na Linha Vermelha se tornaram uma rotina — reclamou Alonso.

SERVIÇOS DIMINUEM

Gerente de operações da agência Triple M, Fabrício Martins afirmou que, devido aos assaltos na Linha Vermelha, a procura por serviços de traslado no Rio está diminuindo:

— Tivemos alguns serviços cancelados por uma única razão: a violência na Linha Vermelha. Hoje utilizamos a Avenida Brasil, que não pode ser considerada uma solução. Vamos sediar as Olimpíadas em breve, mas ainda não somos capazes de assegurar a ida tranquila do turista que desembarca no aeroporto internacional da cidade para um hotel.

Para o presidente da Associação Brasileira de Turismo Receptivo Internacional, Salvador Saladino, o poder público tem planejado muitas ações, mas poucas saem do papel e dão resultado efetivo.

— Criminosos estão se aproveitando das deficiências de nossa polícia. É lamentável — criticou Saladino.