Política Eleições 2014

Em comício de Marina no Recife, filho mais velho de Campos faz seu primeiro discurso político

João, de 20 anos, pediu votos para Marina ao lado da mãe, Renata, e evocou costumes do pai em palanques

João Campos e Marina durante comício no Recife
Foto: Hans von Manteuffel / O Globo
João Campos e Marina durante comício no Recife Foto: Hans von Manteuffel / O Globo

RIO — Candidata do PSB à Presidência, Marina Silva evocou, em comício no Recife na noite desta segunda-feira, o legado de Eduardo Campos (PSB), e recebeu o apoio da família do ex-governador de Pernambuco em seu palanque, que vem chamando atenção na reta final da campanha por pedir votos pela 'honra' de Campos. Ao lado de Marina, o filho mais velho de Eduardo, João Campos, fez seu primeiro discurso político na capital pernambucana. O jovem de 20 anos destacou a postura de liderança do pai e lembrou o bisavô Miguel Arraes. Depois de participar de eventos no interior com o deputado federal Raul Henry (PMDB-PE), candidato a vice-governador na chapa montada por Campos, João era aguardado com a família no Recife. Ele chegou aparentando nervoso ao comício, que começou com mais de uma hora de atraso.

O jovem estava com os irmãos Maria Eduarda (22), Pedro (18) e José (9) e a mãe, Renata Campos, considerada uma influência nas decisões políticas do marido. Renata, também ativa na campanha, ficou abraçada a José durante boa parte do ato, enquanto recebia muitos cumprimentos de Marina e do candidato a vice na sua chapa, Beto Albuquerque.

— É uma grande mulher que liderou com Eduardo o projeto para este estado — afirmou a candidata, sobre a viúva Renata.

O primeiro discurso de João Campos, que começou lembrando o acidente que matou seu pai, foi concluído com palavras que costumavam ser ditas por Campos nas suas campanhas: "É paz, amor e vitória!". A fala do jovem foi aprovada pela mãe, que sinalizou com o polegar após um abraço e um sorriso, e por João Lyra, que sucedeu Campos no Governo de Pernambuco.

— Tive a alegria de ver este jovem João mostrando que a boa árvore deixa sementes prontas para brotar — disse, Marina Silva, sobre o herdeiro político do aliado.

Citando Nelson Mandela, Gandhi e Martin Luther King, Marina Silva reafirmou que agirá “com tranquilidade” frente aos ataques dos adversários. A candidata se disse 'pequena' em relação à presidente Dilma Rousseff (PT), já que a diferença entre o tempo das duas no horário eleitoral é de quase 10 minutos, e afirmou ser alvo de calúnia.

Em discurso de meia hora, Marina voltou a defender que o fato de ser evangélica não interfere na sua vida pública.

— Ninguém nunca me viu instrumentalizando a minha fé — afirmou — Em 16 anos no Senado, você nunca vai me ver fazendo qualquer coisa que desrespeite os direitos humanos, que promova o preconceito, que faça qualquer coisa nessa direção. Temos que respeitar as pessoas independente da cor, independente do credo, independente da posição social, se crê ou se não crê, da orientação social.

O vice de Marina, Beto Albuquerque atacou Dilma Rousseff (PT), dizendo que ela “acha que pesquisa ganha eleição”

— Vocês chegaram a acordar a Dilma com essa força. Ela já estava dormindo, acreditando nas pesquisas. Ela acha que pesquisa ganha eleição.