11/12/2014 13h24 - Atualizado em 11/12/2014 17h46

Alckmin troca secretário de Recursos Hídricos para a próxima gestão

Presidente do Conselho Mundial da Água assumirá o posto de Mauro Arce.
Benedito Braga é favorável multa para quem não economizar água.

Do G1 São Paulo

Alckmin troca secretário de Recursos Hídricos para a próxima gestão (Foto: Montagem/Reprodução/TV Globo)Benedito Braga substituirá Mauro Arce
(Foto: Montagem/Reprodução/TV Globo)

Em meio à grave crise hídrica que atinge o estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu trocar o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos na sua próxima gestão. Mauro Arce será substituído por Benedito Braga, que presidente do Conselho Mundial da Água, como antecipou o SPTV nesta quinta-feira (11).

O anúncio oficial da troca aconteceu durante a tarde no Palácio dos Bandeirantes. Benedito Braga defendeu que a crise da água não é uma prerrogativa de São Paulo.

Ele afirmou que é necessário investir em conscientização da população, mas não deu detalhes sobre as futuras medidas econômicas. "Temos que ficar em soluções de curto e médio prazo. E, principalmente, para falar no longo prazo. Vou me preocupar, também, com o que vai acontecer nos próximos 30 anos. Há a necessidade de que todos se conscientizem."

Braga, que é também professor da USP, em diversas ocasiões chegou a defender que seria melhor aumentar a tarifa de quem gasta mais do que dar bônus aos que economizam. Ele tem formação universitária e experiência em gestão de recursos hídricos. É graduado em engenharia civil e mestre em engenharia hidráulica na USP; mestre em hidrologia e doutor em recursos hídricos da Universidade Stanford, dos EUA.

Questionado se o governo, a partir de 2015, pretende cobrar multa dos consumidores que não economizam, tanto Alckmin quanto Braga apenas disseram que as medidas ainda serão analisadas. "Eu continuo com a perspectiva de trabalhar com instrumentos econômicos. (...) Não é multa, precisamos discutir como isso vai ser feito. No momento ainda não tenho uma resposta", afirmou Braga.

Alckmin afirmou que o anúncio é um movimento natural de seu próximo governo. "Vamos iniciar um novo mandato. Não existe mandato de oito anos. Existem dois mandatos de quatro anos. A partir de 1º de janeiro iniciaremos um novo mandato e é natural que a gente faça mudanças e monte novas equipes", defendeu.

Mauro Arce, que tomou posse há oito meses, substituiu Edson de Oliveira Giriboni no na Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos.

Alckmin defendeu o trabalho de
Mauro Arce, e disse que existe a possibilidade do atual secretário permanecer ocupando um cargo público na próxima gestão, mas não na Secretaria de Recursos Hídricos. "É possível. Eu conversei com o Mauro Arce, ele tem uma grande experiência, foi secretário de várias pastas, pessoa de absoluta confiança, mas não mais na secretaria de recursos hídricos". O governador não afastou a possibilidade de alterações na direção da Sabesp em seu próximo mandato. "Empresa é uma questão à frente, isso é para frente."

Planos
Questionado sobre como pretende gerir a pasta, Braga defendeu o plano da macrometrópole. "As alternativas nós já sabemos, não é que eu vou inventar alguma coisa nova." Como exemplo, Braga citou a alternativa de transferência da água do afluente do Paraíba do Sul para o Atibainha, e o São Lourencinho, que é uma Parceria Público Privada (PPP).

Ele também disse que pretende investir em obras maiores, para garantir abastecimento no longo prazo. "As transferências de bacias mais distantes, como a Bacia do Paranapanema, ou a do Juquiá, são obras de maior vulto, mas que vão nos preparar para 2050. Isso vou fazer, sem dúvida nenhuma". Braga foi diretor de uma agência reguladora, e este será seu primeiro cargo como responsável por uma pasta de governo.

 

 

Crise hídrica
Os sistemas que abastecem várias regiões do estado de São Paulo têm enfrentado quedas frequentes do volume de água armazenado devido à falta de chuvas. Na Grande São Paulo, os principais sistemas, Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga são os mais afetados.  

Nesta quinta-feira (11), a chuva forte que atingiu São Paulo na quarta-feira (10) fez com que o Sistema Cantareira ficasse estável após 26 dias consecutivos de queda. O volume ficou em 7,6%, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O temporal, que alagou ruas e avenidas da Zona Leste e causou lentidão no trânsito, teve mais impacto no Cantareira. Choveu nas represas do sistema 18,1 mm. O total no mês até agora foi de 25,4 mm, índice muito abaixo da média para o mês, que é de 220,9 mm. Excetuando as retiradas das cotas do volume morto, faz 237 dias (desde 16 de abril) que o nível do Cantareira não sobe.

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