30/10/2014 11h48 - Atualizado em 30/10/2014 11h48

'Pulp Fiction' faz 20 anos e se firma como clássico do cinema moderno

Filme conquistou a Palma de Ouro Festival de Cannes e o Oscar de roteiro.
Produção foi incluída no acervo da biblioteca do Congresso dos EUA.

Há 20 anos, ‘Pulp Fiction’ era apresentado ao público especializado no Festival de Cannes, na França. Inovador, original e ousado para os anos 90, o filme foi a afirmação de Quentin Tarantino como um dos melhores diretores da atualidade e conquistou o maior prêmio da noite, a Palma de Ouro. Logo depois, a produção estreou nos cinemas de todo o mundo.

Com trama não linear, o longa-metragem conta três histórias diferentes, mas que estão entrelaçadas: dois assassinos profissionais com o gângster-chefe e sua esposa, um boxeador pago para perder uma luta e um casal de assaltantes. Como cenário, a cidade de Los Angeles. Temas como violência, drogas, sexo e religião permeiam toda a narrativa com humor e ironia. Não por acaso, o título foi extraído das revistas ‘pulp’ do início do século XX, cuja violência gráfica era uma das maiores características.

Roteirista ao lado de Roger Avary, Tarantino escreveu o papel de Jules especialmente para Samuel L. Jackson, que quase perdeu o papel depois de uma audição fraca. O ator pediu para fazer um novo teste e surpreendeu. Julia Louis Dreyfuss estava cotada para interpretar Mia, mas, ocupada com o seriado ‘Seinfeld’, ela deu lugar a Uma Thurman, que acabou virando queridinha do diretor.

Bem acima do peso e com aparência que pouco lembrava o astro campeão de bilheteria dos anos 70, John Travolta deu vida a Vincent Vega. ‘Pulp Fiction’ foi responsável por recuperar a carreira do ator, que recebeu críticas negativas pelos filmes anteriores, como ‘Olha quem está falando’. Hoje, ele tem cachê milionário, mas ganhou US$ 150 mil para participar da obra de Tarantino. Quem também andava em baixa e experimentava sucessivos fracassos era Bruce Willis, que abriu mão de um grande salário para fazer o filme – de baixo orçamento – por confiar no roteiro e no tirador. Tarantino, que adora fazer participações em seus trabalhos, aparece como Jimmie.

Uma Thurman no filme Pulp Fiction  (Foto: Divulgação/Miramax )Atriz Uma Thurman ganhou papel Mia após conflitos de agenda de Julia Louis Dreyfuss, mas teve atuação elogiada e acabou se tornando queridinha do diretor Quentin Tarantino (Foto: Divulgação/Miramax)

O segundo longa-metragem do diretor, que tinha rodado ‘Cães de aluguel’ dois anos antes, é considerado por muitos críticos como sua grande obra. Tudo isso não seria possível sem a incrível parceria entre Travolta e Jackson, cenas icônicas, diálogos que marcaram o cinema e passos de dança que são repetidos até hoje.

Primeira produção assinada pela Miramax depois da aquisição pela Disney, ‘Pulp Fiction’ empregou boa parte dos US$ 8 milhões de seu orçamento na criação do set do restaurante Jack Rabbits. Para manter os gastos controlados, todos os atores receberam o mesmo valor semanal de trabalho e não foi composta uma trilha sonora original. As músicas escolhidas por Tarantino eram uma variedade de pop, soul, rock e surf music.

Participação no Oscar

No Oscar de 1995, a disputa foi acirrada. ‘Pulp Fiction’ competiu com sucessos como ‘Forrest Gump’, ‘Quatro casamentos e um funeral’, ‘Quiz show’ e ‘Um sonho de liberdade’. O prêmio máximo acabou com ‘Forrest Gump’, mas Tarantino levou a estatueta de melhor roteiro.

Se a Academia não premiou, o público fez questão de reconhecer. Em todo o mundo, o filme arrecadou US$ 200 milhões. No ano passado, ‘Pulp Fiction’ foi selecionado para integrar a biblioteca do Congresso dos Estados Unidos por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”. O filme se encaixa nas três categorias. Tarantino dirigiu sem seguir fórmulas e, por isso, ‘Pulp Fiction’ é considerado um dos clássicos do cinema moderno.

 

    • Bruce Willisveja tudo sobre ›
      • John Travoltaveja tudo sobre ›
        • Produto G1veja tudo sobre ›
          • Uma Thurmanveja tudo sobre ›