02/09/2014 07h39 - Atualizado em 02/09/2014 09h18

Busco papéis que não são para mim, diz atriz de 'X-Men' e 'Hemlock Grove'

Famke Janssen conta ao G1 como foi ser bond girl e fala de série de terror.
'Ser perseguida por paparazzi não é o que queria para a minha vida', conta.

Braulio LorentzDo G1, em São Paulo

Se um fã da série de terror "Hemlock Grove" ou da franquia "X-Men" digita o nome de Famke Janssen no Google, uma das sugestões do autocompletar do site é "Famke Janssen pés". É o tipo de coisa com a qual a atriz holandesa de 48 anos e 1,82 m tem que conviver. Há quem seja fascinado pelo fato de ela calçar sapatos tamanho 42: alguns fotógrafos, por exemplo. "Ser perseguida por paparazzi não é o que queria para a minha vida, mas é o preço que pago para fazer o que faço", diz Famke ao G1. Em um hotel em São Paulo, ela comentou como foi ser bond girl e falou da diferença de trabalhar em seriados e filmes.

Famke Janssen na série 'Hemlock Grove' (Foto: Divulgação/Netflix)Famke Janssen na série 'Hemlock Grove' (Foto: Divulgação/Netflix)

Famke está em "Hemlock Grove", seriado da Netflix, empresa de conteúdo por streaming. Dá vida a Olivia Godfrey, mãe "muito protetora" de Roman (Bill Skarsgård). "Ela é como um animal que protege sua cria atacada. Se alguém se aproxima, ela pode até matar. É um amor imenso. Mas por mais que ela tente, não é uma boa mãe", conta a atriz. Ela não faz coro com quem diz que talentos do cinema estão migrando para as séries. "Pessoas incríveis estão fazendo coisas boas em todas as mídias", diz ela. "Teve o filme 'Fargo' e agora tem o seriado. Há um 'crossover'. Os irmãos Coen vão fazer filmes e sempre vou querer vê-los. Agora, está tudo misturado como nunca. Antes, você falava que era ator de TV ou de cinema e hoje não fala mais", exemplifica Famke.

Famke Janssen na série 'Nip/Tuck' (Foto: Divulgação)Famke Janssen na série 'Nip/Tuck' (Foto: Divulgação)

Para ela, atuar em filmes e séries "é bem diferente", e dá um exemplo de "Estética" ("Nip/Tuk", no ar entre 2004 e 2010). "Após dez episódios, me disseram que o personagem era homem. Eu interpretei como mulher por tanto tempo! Você tem que confiar, sabe? As pessoas são assim mesmo, fazem coisas estranhas, são como personagens, inconstantes". Em um seriado soturno como "Hemlock Grove", Famke diz "aceitar o lado dark da vida". "Nunca fui a um enterro sem pelo menos alguém dando uma risada", lembra. "A parte mais melancólica pode fazer bem. Há tragédias que me fazem ser mais produtiva, escrever mais, atuar melhor. Já fiz cenas emotivas e tensas... E depois preciso ouvir uma piada, fazer algo engraçado, para quebrar o gelo, para sair daquele clima sombrio", conta.

Framke Janssen em '007 contra Goldeneye' (Foto: Divulgação)Famke Janssen em '007 contra Goldeneye' (Foto: Divulgação)

Famke já foi Bond girl. Em 1995, interpretou Xenia Onatopp em "007 contra Goldeneye". "Não foi meu primeiro papel, mas foi o que mudou tudo na minha vida", recorda. "De repente, estava na imprensa, promovia o filme por todo o mundo. Estava sendo conhecida na rua. Eu tive que decidir o que fazer da minha carreira". Surgiram, então, várias oportunidades para repetir a dose, com papéis de espiãs e mulheres tão perigosas quanto sensuais. "Busco os papéis que não são para mim, paro os quais não fui convidada. Fui contra o estereótipo que me foi oferecido", resume. Além dos personagens que interpretou, há os que teria negado. Ela recusou estrelar "Homens de Preto II" (2002) e "O Exterminador do Futuro 3" (2003). "Arrepender-se é perda de tempo. Qualquer papel que recusei foi baseado na informação que tinha na hora. Claro que o tempo passa e penso: deveria ter aceitado isso, recusado aquilo. Mas não sou assim. Eu aprendo com os erros e tento não cometê-los duas vezes".

Framke Janssen na franquia 'X-men' (Foto: Divulgação)Famke Janssen na franquia 'X-Men' (Foto: Divulgação)

Para aqueles que não curtem seriados ou não tinham idade para ver "GoldenEye", a Jean Grey de "X-Men" deve ser a personagem mais emblemática da atriz. "Tenho ciclos na minha vida. Escolho filmes diferentes do que esperam de mim, mas também faço blockbusters", explica. Ela agora se arrisca como diretora e roteirista, tendo estreado na comédia "Vivendo no Limite", de 2011, com Milla Jovovich. "Atuar e escrever são ações conectadas", compara. "Tem hora que eu estou atuando e me sinto como roteirista, não atriz. Preciso ligar e desligar uma chavinha em mim para cada situação. Eu escrevo um enredo para os personagens que vivo: o que ele quer e as histórias anteriores ao que estou atuando".

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