Valia tudo nas filmagens de "Tim Maia". Menos imitar o Tim Maia. É o que contam os atores Robson Nunes e Babu Santana, que interpretam o músico no filme que entrou em cartaz nesta quinta-feira (30). "Imitar era uma palavra proibida", conta Santana ao G1. Ele canta, de modo convincente, em várias cenas. "Houve um pedido do diretor de não haver uma réplica do Tim, e, sim, a essência". Veja no vídeo acima entrevista com os atores.
"Imitar fugiria totalmente da proposta do filme, que era contar a vida do Tim Maia", completou Nunes. "Uma preocupação da gente era mostrar o Tim Maia [1942-1998] quando desligava a câmera e ele saía do palco – a pessoa que ele era fora do show."
Adaptação do livro "Vale Tudo: O som e a fúria de Tim Maia", o longa é assumidamente uma versão "fictícia e romanceada" da vida cantor, afirma o diretor Mauro Lima, que assina o roteiro ao lado de Antonia Pellegrino. A trama mostra a infância de Tim na Tijuca dos anos 1950, a amizade de adolescência com Roberto e Erasmo Carlos e as dificuldades até virar o rei do soul brasileiro nos anos 1970.
Sobre as passagens controversas da vida do personagem, Mauro Lima comenta que tentou ser fiel, mas aliviou um pouco na intensidade. "Não posso dizer: 'Ah, ele não recebia prostitutas enquanto estava doidão, cheirando, dando um teco'. Porque ele recebia!", explica. "Agora, também não posso fazer um filme a base de cocaína e prostituição. Mas ele passou por isso e era frequente."