Edição do dia 19/05/2014

19/05/2014 21h30 - Atualizado em 19/05/2014 21h31

Saqueadores se arrependem de roubos durante greve da polícia em PE

Por medo de punição ou arrependimento, muitas pessoas começaram a devolver o que foi levado nos dois dias de saques na semana passada.

 

Na semana passada, quando policiais militares entraram em greve, em Pernambuco, lojas da região metropolitana do Recife foram invadidas e saqueadas, como mostrou o Jornal Nacional. Mas o que aconteceu depois disso acabou criando uma dificuldade meio inusitada para a Polícia Civil.

A delegacia de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, ficou superlotada de eletrodomésticos e produtos eletrônicos.

Por medo de punição ou arrependimento, muitas pessoas começaram desde sábado a devolver o que foi levado nos dois dias de saques na semana passada, durante a greve dos policiais de Pernambuco.

Uma mulher grávida e mãe de cinco filhos levou o aparelho de som que um dos filhos levou pra casa. "Eu não admito não. Roubo não. Não é meu", declara a mulher.

Um trabalhador sem antecedentes criminais devolveu a TV que pegou no meio da onda de saques. E confessou sentir vergonha do que fez.

“Na hora ali, todo mundo pegando, eu passei na hora e disse vou pegar pra mim também, mas quando chegou em casa veio o arrependimento”, conta o homem.

Cada mercadoria que chega é cadastrada. Os policiais anotam num pedaço de papel o nome da pessoa quem trouxe, o número do documento, o endereço e a loja de onde o material foi roubado. Tudo isso pra facilitar a devolução às lojas que sofreram o prejuízo. Mas a polícia está tendo dificuldade com os produtos sem identificação. 

“Aquele material que foi abandonado na rua, descartado em via pública nós vamos ter uma certa dificuldade pra identificar de qual loja esse material foi”, explica o delegado Alberes Felix.

No fim da tarde, por falta de espaço na delegacia, dois caminhões levaram mais de 300 produtos para um depósito da Polícia Civil.

Um gerente conseguiu recuperar um liquidificador e três sanduicheiras. Ele espera que o exemplo seja seguido por mais gente.

“Entendo que deveria todos agir desta maneira, reconhecendo a falha, o erro. Porque muita gente agiu por impulso, eu acredito”, explica o gerente de loja José Câmara.

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