A estiagem prolongada que atinge o estado de São Paulo está deixando os moradores de cidade que ainda não adotaram racionamento preocupados. O cenário na principal fonte de água que abastece Sorocaba (SP) e a região está longe de ser o ideal. A represa de Itupararanga, que abastece 90% das casas de Sorocaba, também sente a falta de chuva. E a cada dia, a margem e as pedras ficam mais visíveis.
colisão com rochas (Foto: Reprodução/TV TEM)
De acordo com a Votorantim Energia, empresa responsável pela represa, o nível está abaixo do normal. Em alguns pontos, a diferença chega a cinco metros de altura. Com a baixa do nível da água, é possível ver um cano instalado em uma pedra, antes usado para sinalizar perigo às embarcações por causa das rochas. Mas hoje a barra nem é mais usada.
Apesar do atual cenário, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba, Adhemar José Spinelli, afirma que a situação por enquanto não preocupa. "[O volume de água] ainda está dentro dos limites para geração de energia elétrica e abastecimento público. O volume reservado para abastecimento público está preservado", diz Adhemar.
praticamente seca (Foto: Reprodução/TV TEM)
Ainda de acordo com ele, o rodízio deve afetar somente a região do bairro do Éden, onde a represa do Ferraz está praticamente seca. No restante da cidade, está descartada a necessidade de alternar o abastecimento nas torneiras.
“Nós estamos fazendo algumas mudanças operacionais para transferir a água para aquela região do Éden. Com isso, pode ser que algumas regiões da cidade sintam essa instabilidade, pelos ajustes operacionais que estamos fazendo na região da ETA [Estação de Tratamento de Água] do Cerrado.”
Itupararanga (Foto: Reprodução/TV TEM)
O educador físico Marcos Faccini Rocha diz que vai com frequência à represa. Ele comenta que faz muito tempo que não via a situação desse jeito. "Faz 15 anos que velejo por aqui. Igual a essa seca já vi uma vez, mas faz uns 10 anos".
Marcos ainda comenta que a cada semana que vai até a represa, o nível da água está mais baixo. "O problema maior é que não há previsão de chuva", diz.
Quem mora às margens da represa também está espantado com o efeito da estiagem. O músico Luis Felipe Agapto usa um caiaque todos os dias no local e conta que em alguns pontos já não dá mais pra remar.
"Tem uma entrada logo ali que antes dava uns 50 metros adentro com água. Agora estou vendo só terra e mato. Faz tempo que não tem água lá", finaliza.