A casa de Gagliasso e Giovanna Ewbank

Você sabia que a palavra “lar” vem de lareira, que é onde as pessoas se reuniam?”, o ator Bruno Gagliasso, 31 anos, dispara assim que cruzo a porta pivotante de entrada da casa em que mora com sua mulher, a também atriz Giovanna Ewbank, 27, e seus cinco cachorros – o golden retriever Zeca, a cane corso Menina, o boxer Johnny, a labradora Peste e o vira-lata Favela. E antes que eu consiga responder, ele completa: “Minha casa é exatamente isso...O local onde sou feliz, onde me sinto bem com os meus amigos e com a minha família, onde vou amadurecer e criar os meus filhos”.

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Encravada num condomínio no Itanhangá, aos pés da Pedra da Gávea, no Rio, a morada de Bruno e Giovanna não tem vista (nem lareira!), mas, em compensação, parece mesmo ter sido feita sob medida para o casal, que adora rolar com os cachorros pelo jardim – com direito a jabuticabeira, palmeiras e uma frondosa buganvília –, e fazer churrascos à beira da piscina. “Os ambientes têm muito astral. Nossos amigos vêm para cá e ninguém quer ir embora”, diz Giovanna, que também divide às atenções com a pousada de Bruno Gagliasso.

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De linhas retas e estilo minimalista, a residência, com ambientes integrados no piso térreo, tem realmente uma vibe de festa permanente. Não por acaso, alguns amigos até já a pediram emprestada para celebrar aniversários. Giovanna, contudo, recusou: “Sou muito ligada em energia e não gosto que gente desconhecida circule por aqui.

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Este é o meu templo”. Fato. É por isso que cada objeto, móvel, enfeite ou livro da estante conta um pouquinho da história do casal, que está junto há cinco anos. “Tudo o que está aqui tem uma razão. Acho legal, por exemplo, olhar para um objeto ou quadro e me lembrar do que vivemos numa determinada viagem”, comenta Giovanna.

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Foi numa ida a Nova York que eles se encantaram com uma exposição de Robert Mars, conhecido pelos quadros que misturam caveiras e logotipos da Louis Vuitton. Como é fascinado por caveiras e tem pelo menos sete espalhadas pela casa e uma tatuada no braço, Bruno não resistiu e comprou um quadro.

“A caveira me dá sensação de realidade, é como se fosse um lembrete de que estamos aqui de passagem”, diz ele, mostrando um dos crânios de sua pequena coleção escondido atrás do quadro com a imagem de James Dean.

Apesar de ser fã de design e arquitetura, citando entre seus arquitetos preferidos Isay Weinfeld, Thiago Bernardes e Marcio Kogan, Bruno curiosamente não tem nenhuma peça de um grande designer brasileiro. “Amo os móveis do Sergio Rodrigues, mas demorei a comprar um e agora vou ter de pagar uma pequena fortuna para ter algo dele”, lamenta o ator, que garante, no entanto, não ser muito ligado a grifes e assinaturas famosas. “Não compro nada por investimento, e sim pelo prazer visual.”

Por conta disso, a pegada da casa é hi-lo. Ou seja, obras e móveis caros dividem espaço com objetos comprados em feiras de rua simplesmente pela emoção que provocam, como é o caso das bonequinhas vindas de Buenos Aires.

E como as sensações definem o que entra e o que sai da decoração, uma das últimas “aquisições” foi o grafite feito a seis mãos – pelo grafiteiro Toz, por Gian Baldacconi, que é irmão de Giovanna e artista plástico, e pelo amigo Flávio Rossi – num happening que movimentou um churrasco realizado recentemente à beira da piscina. “Esse é o espírito da minha casa. Um lugar para curtir a vida”, resume Bruno. Mais home sweet home, impossível!

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* Essa matéria foi publicada em Casa Vogue #350 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)