A previsão é de que 60 mil ingressos sejam disponibilizados para torcedores que quiserem ir ao Mineirão acompanhar a finalíssima da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Atlético-MG, no dia 26. Ficou decidido que os alvinegros vão ocupar as cadeiras do setor roxo, cada uma no valor de R$ 1.000 (R$ 500, a meia-entrada). A carga para os visitantes, que causou polêmica na partida de ida, será estabelecida após vistoria da Polícia Militar, programada para esta quarta-feira, no estádio. Somente após a avaliação serão divulgados início e locais da venda de ingressos. Segundo um representante da PM, a diretoria do Cruzeiro ofereceu 2.736 ingressos ao Atlético-MG, cerca de 4,5% da carga total. Por questões de segurança, os atleticanos vão acessar o estádio pelo Mineirinho.
Os detalhes para a segunda partida da decisão foram discutidos em
encontro, realizado na Federação Mineira de Futebol (FMF), que teve a
presença do presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, do
supervisor do time celeste, Benecy Queiroz, do diretor jurídico do
Atlético-MG, Lásaro Cândido da Cunha, e da diretora executiva do clube
alvinegro, Adriana Branco, além de representantes da Polícia Militar e
da FMF.
A venda para os sócios cruzeirenses já começou e tem preços variando entre R$ 200 e R$ 700 (com desconto de 30% para sócios Cruzeiro Sempre). O diretor jurídico do Atlético-MG, Lasáro Cunha, informa que o clube vai fazer valer o
artigo 84, do Regulamento Geral das Competições,
que determina
que o preço do ingresso para o visitante tenha o mesmo valor da entrada
destinada ao torcedor do mandante.
- O
Cruzeiro ofereceu o ingresso mais caro, de mil reais, e o
Atlético vai adotar as medidas para cumprir o Regulamento Geral de Competições.
A polêmica envolvendo os ingressos começou muito
antes da decisão da Copa do Brasil. O clássico do
segundo turno do Brasileirão, no Mineirão, pela 23ª rodada, foi marcado por atos de indisciplina de
torcedores dos dois clubes, o que acarretou em consequências para ambos. Em julgamento no STJD, Atlético-MG e Cruzeiro
foram punidos com a perda de um mando de campo
e multa de R$ 50 mil cada um. Após a partida, Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, anunciou que abriria mão da carga de
ingressos a que teria direito como visitante, em clássicos, para evitar que os incidentes se repetissem. O Cruzeiro já tomara essa decisão por ter sido prejudicado pela conduta de torcedores
em 2013.
A discussão voltou à pauta na
final da Copa do Brasil. Na reunião realizada cinco dias antes da primeira partida,
o Atlético-MG, mandante, surpreendeu ao defender a
presença de duas torcidas nos estádios. O Cruzeiro foi contra e depois cedeu, exigindo 2.300 ingressos (10% da
capacidade do Independência). No entanto, uma vistoria da PM indicou que só deveriam ser vendidos 1.871 (cerca de 8%), por questões de segurança. A direção do Galo emitiu nota justificando as medidas e requisitando o depósito de cerca de R$ 600 mil para a liberação das entradas dos visitantes. A
diretoria celeste considerou o ato como uma manobra e abriu mão dos ingressos.