O Filtro

Boicote a banco e apoio à Igreja

Boicote a banco e apoio à Igreja

E mais notícias da campanha eleitoral nesta terça-feira (29)

BRUNO CALIXTO E MARINA RIBEIRO
29/07/2014 - 20h43 - Atualizado 29/07/2014 21h18
A presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff participa de sabatina do Uol, Folha, SBT e Jovem Pan em Brasília. Durante a entrevista, a presidente criticou o Santander (Foto: Ichiro Guerra/Campanha de Dilma Rousseff)

1. A ordem é boicotar o Santander

O PT decidiu começar a retaliação ao banco Santander. Na segunda-feira (28), a própria presidente Dilma liderou a nova ofensiva contra o banco, que em um informe enviado a clientes disse que a economia se deteriorará caso a presidente seja reeleita, como noticiou O Filtro. Em sabatina no Palácio da Alvorada, Dilma disse que é "inadmissível" que uma instituição financeira interfira no processo eleitoral de um país. Segundo o Estadão, o ex-presidente Lula também partiu para o ataque. "Não tem nenhum lugar no mundo que o Santander esteja ganhando mais dinheiro do que aqui", disse Lula, durante evento na CUT. A primeira reação prática do Planalto veio em forma de boicote. De acordo com o Último Segundo, o governo federal boicotou o 3º Encontro Internacional de Reitores Universia, evento de educação que acontece no Rio de Janeiro e é a "menina dos olhos" do presidente mundial do Santander, Emilio Botín.

2. TSE deu o ok. E o PCC?

A candidatura de Luiz Moura, deputado estadual do PT em São Paulo, finalmente foi registrada no site da Justiça Eleitoral, segundo o Painel da Folha de S. Paulo. Moura é pivô do mais recente escândalo envolvendo o PT paulista: uma investigação da Polícia Civil mostra que o deputado participou, em março, de uma reunião com uma cooperativa de transportes que tinha a presença de 40 pessoas, entre elas 13 membros da organização criminosa conhecida como PCC. A reportagem de ÉPOCA teve acesso à investigação, que mostra como o PCC tem interesse em queimar ônibus de empresas para, no lugar, colocar perueiros ligados à facção. A revelação fez com que o PT tentasse uma "expulsão branca" - impedir Moura de concorrer, mas sem tirá-lo da legenda. O caso foi parar no Tribunal Regional Eleitoral, que acabou dando vitória ao deputado, e ele agora pode disputar a eleição. Com PCC e tudo.

DINHEIRO E LIBERDADE O deputado Luiz Moura. Longe da cadeia, ele acumulou um patrimônio acima de R$ 5 milhões (Foto: Ale Frata/Frame/Folhapress)

3. Dilma Bolada não está mais bolada

A Dilma Bolada está de volta. Seis dias após anunciar o fim do perfil satírico da presidente, o criador da Dilma Bolada, Jeferson Monteiro, reativou as páginas humorísticas no Facebook e no Twitter, e descreveu os dias sem atualizar as páginas como "uma miniférias pós-Copa". Segundo o portal G1, Monteiro havia desistido de atualizar a Dilma Bolada por conta das eleições e dos ataques dos adversários - o perfil é favorável à presidente. Após anunciar o fim do personagem, lideranças da campanha de Dilma tentaram persuadi-lo a voltar. "Brasil, país rico é país com Presidenta que não abandona seu povo nem nas redes sociais. Sou linda, sou diva, sou Presidenta. SOU DILMA!!!", escreveu.

4. Ajoelhou, tem que rezar

Prepare-se para ver os principais candidatos a presidente participando de missas, festas religiosas e compromissos com o clero da Igreja Católica. Segundo o iG, Dilma, Aécio e Campos já se comprometeram a assumir pautas e agendas da Igreja para tentar conquistar o voto dos eleitores católicos. A presidente Dilma se comprometeu a atender propostas feitas pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), incluindo mudanças na lei sobre o aborto para impedir a legalização da prática para além das exceções já previstas no Código Penal. Eduardo Campos também se reuniu com os bispos e prometeu não mexer na legislação sobre o aborto. Enquanto isso, Aécio já coloca em prática uma agenda religiosa intensa, que inclui peregrinações, visitas a conventos e santuários e uma missa em homenagem a Padre Cícero. Para vencer as eleições, os três candidatos estão dispostos a tudo, até a pedir ajuda para santos e anjos.

5. Esmola virtual

Desconhecido por mais da metade do eleitorado brasileiro, o candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, tem recorrido a variadas estratégias para se tornar mais conhecido. A última: esmola virtual. O pernambucano pede a simpatizantes que “doem postagens” nas redes para o conteúdo da campanha. Até o momento no Twitter, os internautas podem permitir que o aplicativo dispare até dez tuites por semana elaborados pela equipe de marketing do candidato. Segundo o jornal O Globo, o único problema é que os internautas não conseguem determinar o que será postado.

6. Skaf "sabe de nada, inocente"

O PT continua pressionando Paulo Skaf (PMDB-SP) para que aceite fazer campanha para a Dilma em São Paulo, como mostramos no Filtro de segunda-feira. E Skaf continua resistindo. Nesta terça, a campanha do peemedebista publicou um vídeo de 15 segundos em que responde à possibilidade de um palanque com Dilma com o bordão de Compadre Washington, "Sabe de nada, inocente", usado na campanha publicitária da empresa bomnegócio.com. Mas parece que é ele que não sabe de nada. Segundo a Folha de S. Paulo, o vice-presidente Michel Temer vai "enquadrar" Skaf: o PMDB vai colocar Dilma no palanque mesmo sem o aval do candidato.

7. “VAMOPABALADA!” continua na web

Após disseminar o bordão “pior que tá não fica” nas eleições de 2010, Tiririca (PR-SP) ainda terá chance de emplacar mais um este ano, agora como garoto-propaganda do bomnegócio.com. O comercial que havia sido suspenso de passar até na internet foi liberada para continuar no Youtube, segundo o portal G1. Na peça publicitária, o deputado federal do PR é um cooler que dispara bordões como “VAMOPABALADA, VAMOPABALADA!” e “LARGA ESSA MOCRÉÉÉÉIA”. Vale um bolão para ver quem será o próximo candidato a disparar um das frases.

O deputado federal pelo PR, Tiririca, é o novo garoto-propaganda do site de vendas online bomnegócio.com (Foto: Reprodução/Youtube)

8. Sete Tiriricas da China

Candidatos caricatos são tão antigos quanto a política. Mas desde que um palhaço recebeu a maior votação para deputado federal, surgiu uma nova categoria: o candidato-Tiririca. Isso mesmo. Segundo o portal iG, só nestas eleições serão sete genéricos: Tiririca (PSL/GO), Tiririka das Alagoas (PT/AL), Tiririca do Amapá (PPS/AP), Tiririca do Amazonas (PSDC/AM); Jajá Tiririca (PHS/MT), Suboficial Ademar Tiririca (PTC/MS) e Tiririca de Aracaju (PRB/SE). 

Em tempo, o original Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP) concorrerá à reeleição e, teve100% de presença nas votações nos últimos quatro anos, não apresentou projetos inúteis e gastou menos do que média dos 513 integrantes da Câmara. No entanto, não chega a ser considerado um parlamentar ideal. Ele não conseguiu transformar em leis nenhuma das propostas de sua autoria, quase todas relacionadas ao circo, segundo o portal. Para saber mesmo se ele cumpriu sua única promessa “pior que está não fica”, resta avaliar a atuação dos outros três deputados eleitos pelos votos excedentes recebidos pelo palhaço.

9. Consultoria pública

Se preparar para um debate eleitoral não é tarefa fácil. Tantos temas podem ser abordados e é preciso demonstrar conhecimento (e propostas) em poucos minutos. Sorte de quem conta com uma equipe de especialistas bem qualificados para auxiliar. No intuito de se sair bem no debate eleitoral que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) organiza na quarta-feira (30), a candidata Dilma Rousseff (PT) confundiu público e privado, segundo fontes do jornal O Globo.  Vários funcionários de órgãos dos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda — dentre eles, a Receita Federal, o Tesouro Nacional e as Secretarias de Acompanhamento Econômico e de Política Econômica — foram encarregados de estudar relatórios encomendados pela confederação. Os trabalhadores disseram que esta é uma prática comum. 

10. Jovem nas ruas, mas velho nas urnas

Pela primeira vez na história, o Brasil terá mais eleitores idosos, com mais de 60 anos, do que com idades entre 16 e 24 anos. É o que mostra um cruzamento de dados feito pelo jornal O Globo. Entre os adolescentes de 16 e 17 anos, que podem escolher ou não votar, somente 25% tirou título de eleitor. Para especialistas, no futuro a diferença pode acarretar mudanças na condução das políticas públicas no país. Com tantos idosos escolhendo votar, será que políticos vão querer investir na educação universitária?








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