A novela já havia tido seu fim decretado, com o anúncio da contratação de Jaqueline. E, nesta quarta-feira, o torcedor do Minas pôde, enfim, celebrar o seu desfecho feliz com a apresentação oficial da ponteira ao novo clube. No fim da coletiva de imprensa, a jogadora não conseguiu segurar as lágrimas e emocionou também o presidente do Minas, Luiz Gustavo Lage. Jaque voltará a jogar pela Superliga, competição que já conquistou cinco vezes, após um ano e meio longe das quadras.
A jogadora deixou o Osasco na metade de 2013, quando se afastou do vôlei para realizar o sonho de ser mãe. Após o hiato sem jogar, ela explica o motivo que a levou a sair de São Paulo para voltar a atuar, mesmo distante da família.
- Primeiramente a estrutura. O Minas queria muito que eu estivesse aqui. A estrutura pesou muito, tranquilidade para trazer meu filho. Vejo o Minas com um projeto muito forte, prioriza a base, que cresce junto com a categoria adulta. Isso é muito bom. Fico muito feliz de passar no corredor e tirar uma foto, dar um autógrafo. Eu não tive isso na minha época - contou Jaque, que ainda falou sobre o tempo sem jogar.
- Tudo que eu passei, não digo que foi um drama, mas um aprendizado na minha vida. Construí uma família maravilhosa e eu sabia que voltaria a jogar. Quando o Minas me ligou, não pensei duas vezes.
Ainda sem data para estrear, Jaque disse que pretende entrar em quadra assim que possível, mas priorizou a preparação, afirmando que "tudo tem o seu tempo". Ela chega à equipe de Belo Horizonte após duas derrotas logo no início da temporada para o Pinheiros e para o Praia Clube nas primeiras rodadas da Superliga. Com os resultados, o Minas ocupa a nona colocação, com apenas um ponto ganho. Nesta quarta-feira, o adversário será o Osasco, vice-líder da competição, às 19h30 (de Brasília).
Bicampeã olímpica pela seleção brasileira, a experiente ponteira leva em
seu currículo também títulos do Grand Prix e mundiais pelas categorias
de base. Além disso, já conquistou a Superliga em cinco oportunidades,
os campeonatos italiano, espanhol e o Sul-Americano. Na equipe do Minas,
ela terá a seu lado jogadoras que já defenderam ou ainda atuam pela
Seleção, como Mari Paraíba, Walewka e Carol Gattaz.
Jaqueline aproveitou sua apresentação para defender o fim do ranqueamento de jogadores para a temporada seguinte da Superliga. Na terça-feira, Renato D'Ávila, diretor de desenvolvimento da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), comentou que a entidade poderia extinguir o ranking. No entanto, nesta quarta-feira, Radamés Lattari, diretor geral da CBV, disse que não há qualquer conversa no momento para que isso aconteça e que só poderá haver uma nova discussão em fevereiro.
- Sofri na pele. Espero que isso acabe. Se eu passei por isso e sou uma atleta de seleção brasileira, imagina quem não é. Atleta que tem que ir embora do país para jogar. Aprendi muito com tudo isso. A gente não está segura de nada - disse.
A jogadora de 30 anos teve propostas da Europa e do Japão, mas pesou a vontade de não mudar do Brasil com o filho Arthur, de nove meses de idade, para ficar mais perto do marido e pai do menino, o ponteiro Murilo, que atua no Sesi-SP, time da capital paulista. Para visitar o medalhista olímpico, ela só precisará encarar pouco mais de uma hora de voo. Jaqueline chegou a negociar com o Pinheiros, mas o acerto não aconteceu por questões financeiras.