• Fernanda Carpegiani
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criança_escovação (Foto: Shutterstock)

“Se você não escovar os dentes direito, o bichinho vai fazer um buraco neles.” Desde cedo, os pais contam histórias como essa para mostrar a importância de cuidar da saúde bucal. Com toda razão, já que prevenção é a palavra de ordem para quem busca um sorriso perfeito. E ela começa desde bebê (salvo enquanto ele mamar exclusivamente no peito, já que o leite protege a região bucal contra bactérias), com a limpeza da gengiva.

Assim que os primeiros dentes começarem a despontar, você já deve levar seu filho a uma consulta com um odontopediatra. Ele irá examinar não só os dentes, como também o céu da boca e até a língua – sem falar nas preciosas orientações sobre como prevenir cáries. O contato precoce com esse profissional evita um problema sério que muita gente carrega pelo resto da vida: o medo do dentista! Então, quando levar a criança ao consultório, tente mostrar o especialista como um amigo e explique que, na verdade, a visita é para cuidar da boca, justamente para que ela não tenha nenhuma doença.

Aproveite a consulta para também tirar todas as dúvidas sobre escovação. E é para ajudar você nessa missão que ensinamos o jeito certo de fazer a higiene oral do seu filho em cada etapa – e desde a escolha da escova de dentes!

ilustração_escovas de dente (Foto: Pablo Mayer)

A escova certa

Até os 6 meses do seu filho, o mais indicado é fazer a limpeza da boca dele com gaze ou fralda de tecido seca ou umedecida com água filtrada. Aí, basta massagear a gengiva suavemente. Caso você opte pela dedeira, será preciso lavá-la e esterilizá-la depois do uso.

Depois do primeiro semestre de vida, existem modelos específicos de escova para cada faixa etária, basta checar a indicação na embalagem. A quantidade de cerdas, que sempre devem ser macias, e o tamanho da cabeça vão evoluindo de acordo com o aparecimento dos dentes. E lembre-se de que a escova deve ser trocada mensalmente ou sempre que estiver em mau estado (com as cerdas muito abertas, por exemplo).

A quantidade de pasta

Na hora de usar o creme dental, prefira os infantis, com sabor e concentração de flúor próprios para crianças. O produto para adultos não é proibido (exceto os formulados para clareamento ou combate à sensibilidade – problema que não costuma sugir entre os pequenos mas, se acontecer, deve ser tratado no consultório). Coloque o equivalente à metade de um grão de arroz cru para bebês com até oito dentes da frente. Se a criança já tiver os do fundo, dobre a porção. Por volta de 2 a 3 anos, quando ela já souber cuspir, o parâmetro será um grão de ervilha. A partir dos 5 anos, aumente a quantidade gradualmente.

ilustração_fio dental (Foto: Pablo Mayer)

A importância do fio dental

Para que seu filho se acostume com o fio dental, você deve passá-lo desde cedo, à medida que o dente for nascendo um do lado do outro. Ele não só elimina restos de alimentos como remove a placa bacteriana. O fio deve ser usado diariamente (ou pelo menos em dias alternados). E, por falar em frequência, a escovação também precisa ser regular. No caso dos bebês, ela deve ser realizada apenas duas vezes: uma pela manhã e outra à noite. Após o primeiro ano, a rotina alimentar já estará mais definida. Aí, será necessário fazer a higiene bucal três vezes ao dia, sempre depois das refeições. Já os enxaguantes bucais só devem ser utilizados com orientação de um especialista e a partir dos 6 anos.

Como escovar

Aprenda o passo a passo para uma escovação completa:

ilustração_passo1 (Foto: Pablo Mayer)

1. Com a escova paralela à linha da gengiva, faça, durante dez segundos, movimentos circulares em grupos de quatro dentes.

ilustração_passo2 (Foto: Pablo Mayer)

2. Em seguida, as cerdas devem deslizar da gengiva para a ponta dos dentes, inclusive na superfície interna deles.

ilustração_passo3 (Foto: Pablo Mayer)

3. Escove os dentes do fundo com movimentos de vai e vem (trenzinho).

ilustração_passo4 (Foto: Pablo Mayer)

4. Por fim, passe a escova nas bochechas e na língua, pois ali ficam bactérias capazes de causar mau hálito.
 

Fontes: Marcelo Bonecker, odontopediatra presidente da Aliança para um Futuro Livre da Cárie no Brasil; Dóris Rocha Ruiz, odontopediatra da USP

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