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Marina resgata suas raízes para garantir vaga no segundo turno

Marina resgata suas raízes para garantir vaga no segundo turno

E mais notícias eleitorais desta quarta-feira (1º)

BRUNO CALIXTO E MARINA RIBEIRO
01/10/2014 - 18h59 - Atualizado 01/10/2014 19h21

1Marina sabe o que é favela

Em visita a Paraisópolis, favela de São Paulo (SP), Marina Silva (PSB) criticou a adversária Dilma Rousseff (PT): "O nosso país não pode viver a ilha da fantasia do programa eleitoral, onde tudo é belo, tudo funciona. Precisamos mostrar a verdade da falta de transporte, da falta de esgoto, de saúde, de moradia, transporte e emprego", disse segundo o G1Durante passeio pelas ruas da comunidade, voltou a lembrar sua origem pobre dizendo que sabe o que é viver em favela: “eu sei o que é morar em uma comunidade, das dificuldades que vocês vivem. Até os 16 anos eu era analfabeta, morava na floresta”.
 

A candidata do PSB, Marina Silva, discursa em Paraisópolis, em São Paulo (Foto: Andre Penner/AP)

2. Dilma lidera nas cinco regiões do país

A pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira (30) mostra que Dilma Rousseff (PT) está na frente nas cinco regiões do país. Mas a distância para os adversários muda bastante conforme a região. Segundo o Datafolha, a presidente está na liderança isolada no Nordeste, onde aparece com 56% das intenções de voto, contra 24% de Marina Silva (PSB) e 9% de Aécio Neves (PSDB). Na região Norte, ela também lidera com folga, com 51%, e vence no Sul, com 39%. A disputa fica mais apertada no Centro-oeste. Nessa região, Dilma tem 34%, contra 33% de Marina e 23% de Aécio. No Sudeste, maior colégio eleitoral do país, a presidente está na frente, mas é praticamente um empate técnico entre os três candidato: Dilma tem 30%, Marina, 29%, e Aécio, 25%.

3. Dilma é multada pelo TSE

Um pronunciamento presidencial "típico e tradicional" no Dia do Trabalho, segundo a campanha de Dilma Rousseff (PT), foi considerado propaganda eleitoral antecipada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após representação do PSDB que argumentava que o discurso exibido em cadeia nacional de rádio e televisão fez promoção pessoal e do governo com conotação eleitoral. Segundo o G1, os tucanos apontaram como irregulares expressões como "estamos mudando o Brasil" e "preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora". A presidente foi multada em R$ 25 mil, mas ainda pode recorrer.

4. Muitos ataques, poucas propostas

A TV Globo organizou debates entre os candidatos a governo em todos os Estados e no Distrito Federal na noite desta terça-feira (30). Um roteiro se repetiu na maioria dos embates: uma avalanche de ataques e pouquíssimas propostas. Em Minas, o clima foi tenso, como mostra o Estado de Minas. Pimenta da Veiga (PSDB) chamou o adversário, Fernando Pimentel (PT), de mentiroso e tolo. Pimentel reagiu acusando-o de falso e arrogante. No Rio Grande do Sul, também houve ataques pessoais, com Ana Amélia (PP) acusando Tarso Genro (PT) de "maracutaias".

Em São Paulo, Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf (PMDB) lideraram os ataques ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), criticando o governo principalmente na questão da falta de água no Estado e nas denúncias de cartel nas obras do metrô. No Rio, o alvo foi Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os adversários tentaram ligá-lo à gestão do ex-governador Sérgio Cabaral. Em Pernambuco, o debate se transformou em um bate-boca fora do estúdio. Segundo a Folha, o marqueteiro de Paulo Câmara (PSB), Edson Barbosa, e o candidato do PSOL a deputado, Edilson Silva, discuram forte após o debate acabar. O marqueteiro do PSB acusava o PSOL de ser "linha auxiliar" de Armando Monteiro (PTB).

Já em Santa Catarina, outro tipo de "ataque" foi parar no debate eleitoral: a onda de atentados promovida por criminosos em 15 cidades catarinenses.

5. No Acre, segurança passa mal e é atendido por candidato

Os debates estaduais foram tensos. Um dos seguranças de Tião Viana (PT) que o diga, Rosevaldo Queiroz acabou passando mal, segundo o G1. Por sorte foi atendido prontamente pelo candidato, que é médico infectologista. Segundo Viana, esta é a segunda crise convulsiva que o homem tem em 20 dias. Após o atendimento ele foi levado para o hospital.

6. TRE tira vídeo do Porta dos Fundos do ar

A Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro mandou o Google, empresa que controla o You Tube, tirar do ar um vídeo feito pelo grupo de humor Porta dos Fundos, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia. O vídeo já está indisponível nesta quarta-feira (1). A peça mostrava uma paródia de propaganda eleitoral em que um candidato aponta uma arma para um homem e diz que só vai soltá-lo se for eleito. No final da esquete, o sequestrador diz: "E para governador, Garotinho". Segundo a juíza Daniela Barbosa, o vídeo pode prejudicar a candidatura de Anthony Garotinho (PR) ao relacioná-lo ao crime. A juíza também disse que pesou na decisão o fato de um dos sócios do Porta dos Fundos, o humorista Gregório Duvivier, manifestar apoio aos candidatos do PSOL, adversários de Garotinho. À Folha, Duvivier descreveu a censura ao vídeo como "perseguição política".
 

Vídeo do Porta dos Fundos no You Tube foi tirado do ar pela Justiça Eleitoral por menção a Anthony Garotinho (PR) (Foto: Reprodução)

7. Lula falso na campanha do Ceará

Na campanha pelo governo do Ceará, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula decidiram manter a neutralidade, porque os dois principais candidatos são aliados do governo federal. Por isso, muitos estranharam quando surgiu um vídeo do presidente Lula declarando apoio a Camilo Santana (PT). Com razão: o vídeo é falso. A voz de Lula é adulterada - provavelmente usando um dublador - para citar o nome de Camilo. Segundo o Estadão, o vídeo foi postado na página de Facebook do Pros, partido de Cid Gomes. Assim que surgiram as suspeitas, foi tirado do ar. Em nota, a assessoria de Lula afirmou que o ex-presidente não gravou vídeos para Camilo.

8. DEM apela para a memória de ACM na Bahia

ACM Neto (DEM), o prefeito de Salvador, e Paulo Souto (DEM), o candidato ao governo da BA. Aliados agora, adversários no futuro? (Foto: Valter Pontes/Divulgação)

Antônio Carlos Magalhães morreu em 2007 após seu candidato ao governo – Paulo Souto (DEM) – perder as eleições de 2006 para Jaques Wagner (PT). Com a reputação comprometida depois de escândalos como a violação do painel do Senado, a imagem de ACM está sendo retomada na campanha de 2014, mesmo que não apareça literalmente. Líder nas pesquisas atuais, Souto evoca o discurso “carlista” – uma versão baiana da “modernização conservadora” dos anos 1970, segundo a Folha – e abusa da figura do herdeiro ACM Neto (DEM), atual prefeito de Salvador (BA). O problema é o futuro político dos dois. Dizem que Neto quer ser governador em 2018, ou seja, se eleito Souto não poderia concorrer à reeleição. Os dois, é claro, desconversam.

9. Pezão pode perder a candidatura por aumentar benefícios

A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ) pediu a cassação da candidatura de Luiz Fernando Pezão (PMDB). O candidato à reeleição ao governo do Estado aumentou benefícios de funcionários públicos de 24 carreiras em 2014, o que pode favorecer o candidato e foi considerado abuso de poder, segundo a Folha. A ação ainda pede que ele fique inelegível até 2022 com base na Lei da Ficha Limpa. O PRE já entrou com ação pedindo que Anthony Garotinho (PR) e Lindbergh Farias (PT) também saíssem da disputa, também com suspeita de abuso de poder político ou econômico. Desse jeito vai falatar é candidato.

10. "Sou brasileira"

As eleições deste ano contam com 111 candidatos que não nasceram no Brasil, mas adotaram o país e se naturalizaram brasileiros. Segundo a Constituição, eles podem se candidatar para quase todos os cargos políticos aqui - só não podem ser presidente, vice-presidente ou presidente da Câmara. O iG entrevistou uma das candidatas naturalizadas. Rachel Moreno (PT) nasceu no Egito e se mudou para o Brasil ainda criança, quando seus pais fugiram da Guerra de Suez. Hoje, busca uma vaga como deputada federal por São Paulo. “Estou aqui desde 1957. Sou mais brasileira do que qualquer outro, na verdade”, disse a candidata.








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