Rio

Moradores do Chapéu Mangueira fazem protesto após homem ser baleado

De acordo com a Coordenadoria das UPPs, ele estava armado e entrou em confronto com PMs
Moradores chegaram a fechar duas faixas da Avenida Princesa Isabel Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Moradores chegaram a fechar duas faixas da Avenida Princesa Isabel Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

RIO - Moradores do Chapéu Mangueira fizeram uma manifestação neste sábado, por volta das 11h30m, que ocupou ruas do Leme e fechou, por aproximadamente 20 minutos, três faixas da Avenida Princesa Isabel, em Copacabana. O protesto começou depois que Phelipe Silva de Lima Rodrigues, de 21 anos, morador da Babilônia, foi baleado, cerca de duas horas antes, por policiais da UPP Chapéu Mangueira/Babilônia.

No momento em que o grupo estava em frente ao Hotel Windsor, na Avenida Atlântica, a PM, que acompanhava a manifestação junto a guardas municipais, fez um cordão de isolamento na porta principal do hotel. Turistas acompanhavam tudo das janelas. Uma confusão foi criada após uma mulher criticar o protesto. Alguns moradores da comunidade ficaram exaltados, e a polícia usou gás de pimenta para dispersar o grupo que discutia. Parte das pessoas atingidas pelo gás foi lavar o rosto nas fontes que ficam em frente ao hotel.

Moradores do Morro Chapéu Mangueira fazem protesto após homem ser baleado na comunidade Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Moradores do Morro Chapéu Mangueira fazem protesto após homem ser baleado na comunidade Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Em nota divulgada à imprensa, a Coordenadoria da Polícia Pacificadora afirma que policiais “estavam em patrulhamento de rotina na mata da comunidade do Chapéu Mangueira quando um homem armado atirou contra os agentes. Os militares revidaram, e o criminoso foi baleado”. A polícia apreendeu uma pistola calibre 9mm, dois carregadores e uma granada.

Fernanda Antonia de Lima, tia de Phelipe, disse que o rapaz é inocente e que ele estava na comunidade para participar da festa da ex-mulher:

— Eles (os policiais) o levaram para a mata. O Phelipe estava perto da porta da igreja, segurando o misto-quente que foi comprar e um saco de pão.

De acordo com o 19º BPM (Copacabana), cerca de 80 pessoas participaram da manifestação. O grupo carregava cartazes com frases contra a UPP na comunidade e lembrava o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, na Rocinha, em julho do ano passado, e da morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, no Morro do Pavão-Pavãozinho, em abril.