Edição do dia 22/08/2014

22/08/2014 09h47 - Atualizado em 22/08/2014 09h47

Especialistas cobram regulamentação para vidros do box do banheiro

Motivo são os acidentes que acontecem de repente e podem provocar ferimentos. Para Inmetro, problemas na instalação causam acidentes.

Órgãos de defesa do consumidor e engenheiros cobram uma nova regulamentação do Inmetro para os vidros temperados usados em banheiros e portarias de prédios. O motivo são os acidentes que acontecem de repente e podem provocar ferimentos.

Apenas duas semanas depois de instalar o novo box, o susto. E justamente na hora do banho. “Na hora em que eu abri, simplesmente, ele explodiu, estourou. Um dos pedaços caiu no meu pé e ainda ficou em pé”, conta Eliana Caruso, produtora cultural.

Eliana teve de religar o tendão de um dos dedos do pé. Já gastou R$ 16 mil com despesas médicas. E vai processar a fabricante do vidro. “Eu não posso imaginar que um box novo, com duas semanas de uso, com arquiteto responsável pela obra, com toda a supervisão, que isso tenha acontecido”, ressalta.

São muitos os casos relatados na internet de vidros estilhaçados de repente no box do banheiro, sem movimentos bruscos ou uso da força.

No processo de fabricação, os vidros temperados são submetidos a um calor intenso que pode chegar até a 600°C. Por isso são, em média, cinco vezes mais resistentes do que os vidros comuns. Segundo os especialistas, esse produto, muito usado em portarias de edifícios ou boxes de banheiros, também tem o seu ponto fraco.

“Uma instalação indevida, com eixo desalinhado, vai fazer com ele sofra tensões muito intensas e dessa forma ele vai se romper com facilidade, no momento em que essas tensões vão se acumulando, e chegam a um ponto de estresse. Aí, ele vai se romper, como a gente tem casos, com um simples toque de dedo”, explica Jaques Sherique, diretor do Clube de Engenharia do Rio.

O chefe da divisão de regulamentação do Inmetro reconheceu que a certificação dos vidros temperados não é obrigatória. “Atualmente, o que existe é um programa de certificação voluntario. Em havendo um aumento desse índice de acidentes justifique uma medida compulsória para todo o mercado, o Inmetro vai estar atento para tomar as medidas pertinentes”, afirma Leonardo Rocha, chefe da divisão de regulamentação do Inmetro.

Para o Inmetro, em boa parte dos casos, os acidentes são causados por problemas de instalação. Mas também não há normas técnicas para esse procedimento.

“O Inmetro, ao nosso ver, ele deveria regulamentar esse tipo de produto, ele deveria fazer uma norma técnica de qualidade desse tipo de produto, entretanto até hoje não fez”, critica Weberth Costa, advogado da Proteste.

A Blindex é a principal fabricante de vidros temperados no Brasil. A empresa informou que, no ano passado, recebeu de consumidores 72 queixas de quebra do vidro, entre mais de 2 mil reclamações. E lista entre as causas dos acidentes: impactos violentos, esforços excessivos e falta de manutenção preventiva.

Segundo a empresa, no momento da compra, o usuário recebe um manual que alerta sobre a necessidade de revisão a cada doze meses. Aviso também fixado na etiqueta do produto.

‘Eu não tenho a menor dúvida de que o vidro temperado de segurança é um produto, extremamente adequado, principalmente, para os boxes de banheiro. O que acontece é a fundamental necessidade de ter uma instalação adequada e uma manutenção periódica”, diz Celina Araújo, superintendente da Abravidro.

Para o engenheiro Jaques Sherique, as exigências para o mercado deveriam ser revistas. “A gente entende que uma norma seria muito bem vinda para poder homogeneizar e classificar definindo critérios de segurança para a fabricação desses vidros e também normas de segurança para a instalação desses vidros”, destaca.

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