Para Fabi, o choro de Jaqueline após o bronze do Brasil no
Mundial nunca significou o fim da linha para ela em 2014. Mesmo vendo pela
televisão a tristeza estampada nos olhos da amiga de longa data, com quem atuou
pela seleção brasileira desde 2005 (também jogaram juntas no Rio em 2005 e 2006),
a experiente líbero tinha certeza de que a ponteira encontraria um time para
jogar antes do ano acabar. Não deu outra. Depois de um ano e meio sem clube, tempo
dentro do qual deu à luz o primeiro filho (Arthur) com Murilo, do Sesi-SP, Jaque
acertou com o Minas no dia 17 de novembro e pode até fazer a estreia pela
equipe neste sábado, fora de casa, contra o São José. Os times se enfrentam às
16h (de Brasília), no Tênis Clube, em São José dos Campos (SP).
- (O choro dela) era o sentimento de que poderia acontecer
aquilo (não jogar mais em 2014). Mas eu, sentada, de casa, sabia que ela ia
conseguir alguma coisa. A gente sabe dos problemas, de estar longe do marido e
do filho, mas ela quer jogar em 2016 (nas Olimpíadas), é uma peça fundamental
para a seleção brasileira e ela sabia que talvez precisasse de um sacrifício de
estar longe do filho. Eu não tinha dúvida nenhuma de que time não ia faltar
para ela – disse a líbero, depois da vitória do Rio de Janeiro sobre o
Araraquara na sexta-feira.
Fabi não pôde confortar a ex-companheira de seleção naquela
hora. Tinha se aposentado da equipe brasileira antes do Mundial. Mas agora
comemora o iminente retorno da ponteira, que não aconteceu na última terça, quando
o Rio de Janeiro venceu o Minas em Belo Horizonte. Jaqueline estava presente na
Arena Minas, mas foi só para ser oficialmente apresentada aos torcedores. Dessa
vez viajou com o grupo e é opção para o duelo contra o São José.
- A Jaque vem engrandecer muito o campeonato. Eu tive o
privilégio de jogar ao lado dela por alguns anos, passei ao lado dela momentos
importantíssimos, conquistas e derrotas também. A Superliga ganha e muito com a
condição técnica dela. O que eu espero é que ela jogue muito bem, menos contra
o Rio. Vai dar trabalho, não é? Até brinquei (em Belo Horizonte) e falei para
ela: “Ainda bem que você não vai estrear contra a gente”. Enfim, o Minas
certamente vai ficar com mais qualidade. Mas o que a gente quer ver é uma
Superliga equilibrada, e a Jaqueline de volta vai elevar também o nível do
campeonato.
O encontro de Fabi e Jaqueline dentro de quadra nesta
temporada da Superliga pode acontecer no dia 30 de janeiro. Nessa data o Rio
recebe o Minas pelo segundo turno da primeira fase.