Manuel da Lupa pode ser expulso da Portuguesa (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado)O Comitê de Ética do Conselho Deliberativo da Portuguesa encaminhou nesta terça-feira, ao Ministério Público, uma petição com as provas colhidas durante investigação interna que apura a escalação irregular do meia-atacante Héverton na partida contra o Grêmio, na última rodada do Brasileiro de 2013. O episódio levou o clube ao STJD, que decretou o rebaixamento à Série B pela falha - a equipe fez campanha sofrível neste ano e caiu para a Série C.
Os documentos são os mesmos que serão utilizados para o parecer final da comissão que analisa o episódio dentro do clube. Segundo o presidente do comitê, Leandro Teixeira Duarte, as provas deixam claro que houve, ao menos, erros administrativos que culminaram na punição à Lusa há quase um ano. O alvo principal é o ex-presidente Manuel da Lupa, que pode ser expulso do clube e é um dos investigados no inquérito do MP que aponta para a possibilidade de que o erro tenha sido cometido propositalmente em troca de algum tipo de vantagem.
- Falo em meu nome, porque ainda não há um parecer do comitê, mas já há indícios e provas concretas de que, no mínimo, a má gestão dele contribuiu para que a Portuguesa fosse rebaixada. São elementos que mostram quem era responsável pelo o quê dentro da diretoria, sobre a escalação do Héverton e outros - afirmou Duarte.
Uma liminar conseguida por Da Lupa impede o clube de encerrar a apuração sem que ele seja ouvido. Por isso, a comissão sugeriu três datas para que o ex-cartola apresente sua versão doa fatos - os dias 11, 15 e 18 de dezembro. Caso ele não apareça, o parecer será dado à revelia. Cercado de cuidados, o Comitê encaminhou um ofício convocatório por via postal e eletrônica, para se certificar de que Da Lupa o recebeu.
A expectativa é que seja pedida a expulsão de Da Lupa do quadro de sócios. A sugestão da comissão será levada ao Conselho e precisa de maioria simples de votos para ser aprovada ou rejeitada.
De acordo com Duarte, o clube não encontrou indícios de dolo ou de recebimento de propina no episódio.
- Isso não nos compete, só ao MP - concluiu o conselheiro.
O clube admite que pode buscar reparações financeiras pelo erro na Justiça. O cálculo feito na Lusa é de uma indenização superior a R$ 30 milhões.
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