A zona da confusão deixou de ser prioridade no Flamengo. Depois de
meses garantindo que escapar do rebaixamento no Brasileirão seria o
título rubro-negro na temporada, Vanderlei Luxemburgo quer mais, quer um
troféu de verdade. Com a vitória por 1 a 0 sobre o América-RN, nesta
quarta-feira, no Maracanã, a equipe se classificou para encarar o
Atlético-MG na semifinal da Copa do Brasil. A possibilidade de gritar
campeão em quatro jogos fez o treinador decretar: vai com força máxima
em todas as partidas restantes na temporada.
Na
verdade, nesta quarta-feira já foi assim. Apesar de ter poupado
Alecsandro, Everton, Léo Moura e Márcio Araújo no treinamento da
véspera, Luxa mandou o time titular para campo. Mesmo com muitos
desfalques, o América-RN foi um rival complicado, e Vanderlei revelou
que exatamente por saber dos perigos do rival potiguar optou por
minimizar qualquer possibilidade de relaxamento em seus comandados.
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Sabíamos que seria um jogo complicado. Eles não tinham responsabilidade
nenhuma. As declarações de que vieram sem 22 jogadores deixa o ambiente
mais leve. Por isso, coloquei a equipe completa. Agora, não tem essa de
poupar, vamos até o fim no pau. Avançamos no Brasileiro e na Copa do
Brasil, só vão sair por lesão ou questão tática.
A
força máxima rubro-negra, no entanto, não foi suficiente para abrir
vantagem no primeiro tempo. Com Eduardo da Silva e Alecsandro no ataque,
o Flamengo foi presa fácil para o trio defensivo do América-RN. Na
segunda etapa, com os velozes Gabriel e Nixon, a situação melhorou.
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Mudamos depois no jogo porque eles foram jogar com três zagueiros.
Tínhamos a informação, mas não conhecíamos os jogadores. Coloquei o
Eduardo e o Alecsandro, mas depois apostei na velocidade para tentarmos o
drible. Quando se tem três zagueiros, é preciso isso.
O
sorteio para definir a ordem dos jogos entre Flamengo e Atlético-MG, na
semifinal da Copa do Brasil, acontece na próxima sexta-feira, na CBF.
Antes de voltar o foco para competição, o Rubro-Negro tem pela frente o
Atlético-PR, domingo, na Arena da Baixada, em Curitiba, pela 29ª rodada
do Brasileirão.
Confira os outros trechos da entrevista:
Semifinal entre grandes
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Um time que disputa a Taça Libertadores não pode perder o privilégio de
jogar uma Copa do Brasil. Agora, há esse direito e acho que é melhor. Depende da
competência das equipes. Você vê que o jogo do Cruzeiro foi apertado, o
nosso também. Agora, temos que esquecer a Copa do Brasil e focar nos
três jogos do Brasileiro para avançarmos ainda mais e depois pensarmos
no que vai acontecer na frente. Teremos um adversário difícil, uma
equipe que há uns três anos já faz um trabalho muito bom, mas é só lá na
frente.
Torcida
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A torcida do Flamengo no Maracanã inflama, vai junto com o time, mas
tem que ter resposta, o time tem que chamar o jogo. Se não chamar, é
complicado. Tem que ter um drible, uma jogada para esquentar.
Prioridade no Brasileirão?
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Agora, acabou. Temos que meter um pijama trainning e descansar. Faltam
menos de dois meses para terminar e temos que estar focados, recuperar
bem. Teremos três jogos em uma semana, vamos na quinta-feira para
Manaus, e vamos tentar recuperar bem os jogadores. Tenho que ter essa
preocupação. O João Paulo entrou por não ter o Pico na Copa do Brasil.
Então, de repente vou dar uma preservada.
Bom momento
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Temos que ter paciência. O Flamengo não vinha jogando mal, mas não
tinha o resultado. Ninguém analisa o que a equipe faz, mas, sim, o
resultado. Falava para os jogadores que tínhamos que ter calma e as
coisas iam acontecer naturalmente. Aconteceram. Mas é assim: ganhou, é
muito bom; perdeu, você não presta.
Preço dos ingressos
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A diretoria tem o projeto dela. Acho que preço de uma final deve ser
diferente de um campeonato normal. Isso é em qualquer lugar. Se
chegarmos na final, naturalmente tem que ter um preço maior. Mas tenho
na minha cabeça, sempre respeitando as pessoas administrativamente, que a
perda se recupera com conquistas. A melhor coisa que tem é ganhar.
Assim, tudo fica melhor, o caminho para tudo. Se foi importante ter o
torcedor ao lado... Se acharem que têm que aumentar, o problema é da
diretoria, que assume o que faz. Eu tenho a minha opinião. Futebol se
vive de conquistas. Não adianta o marketing fazer um monte de produtos.
Se o time não ganhar, não vende nenhum.
Competições mata-mata
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É diferente. Jogamos com 1 a 0 a favor e se não esquecêssemos isso,
íamos nos complicar. Começamos o segundo tempo indo para frente do
adversário. É uma competição complicada. O América-RN teve chance de
fazer gol, e se faz tudo muda. Um dos maiores exemplos de Copa é que o
Real Madrid saiu para um time de quarta divisão na Copa do Rei. Não tem
como explicar, no futebol o pequeno pode ganhar do grande.
Viagem para Manaus para pegar o Botafogo
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Essa viagem que é complicada, né? O desgaste é muito grande. Quatro
horas para ir, para voltar, mais o traslado... São sete horas e meia de
um ponto a outro dentro do Campeonato Brasileiro. Mas quem tem que
intervir nisso aí não sou eu, é a CBF. É meio complicado isso aí.
Estamos no fim da competição, o desgaste físico é muito grande, mas
tem que jogar. Vamos nos preparar e jogar.
Euforia da torcida
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A festa tem que acontecer depois do jogo. Durante o jogo, tem que
apoiar a equipe. No fim, quando ganha, tem que dar cambalhota, fazer
tudo mesmo. Tenho experiência nisso, o Flamengo tem um exemplo disso
quando tinha uma trabalho fantástico do Joel, achou que estava ganho e
perdeu.