Política

Circulação de ônibus é suspensa depois de 19 veículos serem incendiados em SC

Pelo menos 36 ocorrências criminosas foram registradas na Grande Florianópolis. Cinco bases policiais atacadas, um agente prisional foi assassinado e dois suspeitos mortos em confronto

Ônibus incendiados em Santa Catarina
Foto: TV / Reprodução
Ônibus incendiados em Santa Catarina Foto: TV / Reprodução

FLORIANÓPOLIS — A circulação de ônibus foi suspensa na Grande Florianópolis pelo segundo dia consecutivo e as aulas nas universidades públicas foram suspensas. A decisão foi tomada em conjunto por representantes do poder público e empresas de ônibus. Até o início da noite desta quarta-feira, pelo menos 36 ocorrências foram registradas em 16 municípios. Um agente prisional foi morto, 19 ônibus incendiados, cinco bases policiais atacadas, seis residências de agentes públicos atingidas e um posto de gasolina foi alvo de tentativa de incêndio. Dois suspeitos mortos em confronto com a PM.

Na quinta-feira, às 14h, uma nova reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis, Polícia Militar, Guarda Municipal de Florianópolis e representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana, Departamento de Transportes e Terminais (Deter) e Procuradoria Geral definirá se a paralisação continuará. A circulação dos veículos será restabelecida às 6h de quinta-feira - o horário normal de saída das garagens é entre 5h e 5h30min - e as empresas se comprometeram a colocar mais veículos nos horários iniciais.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) decidiram manter a suspensão das aulas noturnas na noite que vigorou na terça-feira. Segundo a Secretaria de Segurança, seis mandantes dos ataques já foram identificados.

Segundo a policia, ele atirou contra os policiais quando chegavam à casa onde estava a moto usada por dois suspeitos. Estes teriam abandonado um galão de combustível e foram perseguidos pela polícia.

O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Grubba, disse em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da RBS TV, que seis mandantes dos atentados já foram identificados. Ainda de acordo com o secretário, assim que ocorrerem as prisões, será solicitada a transferência para penitenciárias federais.

— Estamos conseguindo chegar mais rápido ao local do crime. Assim que tivermos feitas as prisões será solicitado à secretaria de Justiça e Cidadania que encaminhe um pedido ao Ministério da Justiça a retirada desse pessoal de Santa Catarina levados para presídios federais — declarou.

Ele negou que tenha necessidade de novamente pedir ajuda à Força de Segurança Nacional. Afirmou que há um trabalho conjunto de todos os serviços de inteligência da Segurança Pública Estadual, do governo federal e do Judiciário. Ao contrário do que disse nesta terça-feira o comandante da Polícia Militar, coronel Valdenir Cabral, o secretário afirmou que não havia nenhum indício de que haveria novo atentado.

— Na sexta-feira, o serviço de inteligência da secretaria de Justiça e Cidadania, uma hora antes (do primeiro ataque), perguntou à secretaria de Segurança se havia alguma indicação de ataques e não se tinha absolutamente nada.

A chefe da comunicação Social da PM, tenente coronel Claudete Lemhkul, esclareceu que a Polícia Militar havia recebido ameaças após algumas mortes de envolvidos com crimes em confronto com a polícia.

— Não havia nada que indicasse incêndio a ônibus.

Grubba não apresentou nenhuma solução para resolver os contantes ataques toda a vez que ocorre um endurecimento das ações da policia contra o crime. Mas ele disse que após a primeira série de atentados em 2012, houve mais de 200 prisões de suspeitos de envolvimento com organizações criminosas.

— Não é só em Santa Catarina que os criminosos estão mais audaciosos, destemidos, mas a policia tem dado resposta a altura. Cresceu assustadoramente a apreensão de armas de fogos e drogas — falou.

Ele disse que fica difícil impedir a comunicação dos presos com as visitas. E até mesmo alguns jogam celulares para dentro das penitenciárias e presídios.