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Surpreso com prêmio após "ano duro", Zanetti veta batismo de novo elemento

Emocionado com reconhecimento mesmo após perder hegemonia nas argolas, ginasta confirma mudanças em série e comenta a busca por vaga por equipes em 2016

Por Rio de Janeiro

Mesmo antes de subir ao palco para receber o Prêmio Brasil Olímpico pela primeira vez, Arthur Zanetti sentia que a conquista era dele. Nem de longe queria parecer presunçoso, mas sabia que o ouro olímpico inédito no esporte o credenciava àquela homenagem. Desta vez, dois anos depois do troféu que coroou um 2012 perfeito, o paulista ouviu novamente seu nome em cerimônia no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Apesar de o ano não ter terminado com a sonhada manutenção do título mundial – ou justamente por isso -, este reconhecimento teve um sabor ainda mais especial.

 


O maior desafio de Zanetti na temporada 2014 era a busca pelo bicampeonato nas argolas. Em Nanning, na China, o brasileiro viu o anfitrião Yang Liu superá-lo por dois décimos na final e levar o ouro pelo qual havia trabalhado tão arduamente nos meses anteriores. Em vez de abaixar a cabeça, o paulista reconheceu o mérito do adversário e usou a derrota como motivação para seguir buscando a excelência rumo aos Jogos do Rio 2016.

- Acho que vencer neste ano foi mais especial pelas dificuldades. Lá (2012) não foi uma certeza, mas o resultados demonstravam (que era favorito ao prêmio). Esse ano posso dizer que as competições foram mais duras, complicadas, que tive que treinar mais. Por isso esse sabor mais especial. Esse troféu representa tudo desde o primeiro ao último treino, todo o suor que a gente teve a cada dia para ir ao ginásio treinar e dar o máximo da gente – disse Zanetti, que também foi indicado ao PBO em 2013, mas foi superado pelo velejador Jorge Zarif na ocasião.

Se neste ano Yang Liu teve a vantagem de competir diante de sua torcida, em 2015 o Mundial de ginástica artística será disputado em “território neutro”. Em Glasgow, na Escócia, Zanetti espera retomar sua hegemonia no aparelho. Para reconquistar a arbitragem e superar os concorrentes estrangeiros, o brasileiro apostará em uma reformulação da série que apresenta há quase dois anos.

O técnico Marcos Goto já confirmou que a aterrissagem sofrerá mudanças e adiantou a inserção de novos movimentos, sem maiores pistas. O ginasta reiterou a necessidade de uma atualização da apresentação, mas afirmou que está fora de cogitação a criação de um “Zanetti 2”, em referência ao elemento que leva seu próprio nome e que utilizou na fase classificatória do Mundial da Antuérpia, em 2013.

Prêmio Brasil olímpico - Arthur Zanetti (Foto: André Durão )Arthur Zanetti com o prêmio de melhor atleta masculino do ano em 2014 (Foto: André Durão )

- Vou ter uma motivação a mais pelo fato de saber que tem alguém na minha frente e que vou ter que buscar um resultado melhor que o dele. Vou trabalhar mas duro e tentar trazer um melhor resultado, (...) mas a gente tem que mudar um pouco a série. Já faz dois anos que vamos fazendo essa, então vamos modificar, mudar um pouco a nota de partida. (...) Não posso dizer se vai ser uma mudança radical ou não, ainda vamos conversar. Mas um “Zanetti 2” nem passa pela cabeça.

Independentemente  da série que vai utilizar, o ginasta foca em objetivos claros: o Mundial de Glasgow e os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Na Escócia, principal competição do ano, ele tentará também ajudar a seleção masculina a conquistar uma inédita classificação olímpica com equipe completa.

- Conseguimos um feito inédito no Mundial deste ano (classificação à final por equipes). Agora, ficando entre os oito, garantimos a equipe completa para 2016. Esse é o grande objetivo da seleção, e vou trabalhar duro para poder contribuir com isso tanto quanto para trazer meus resultados individuais.