Edição do dia 14/01/2015

14/01/2015 21h45 - Atualizado em 14/01/2015 21h45

Al-Qaeda com base no Iêmen assume autoria dos atentados em Paris

Em vídeo publicado na internet, chefe da Al-Qaeda na península árabe declara: 'reivindicamos a responsabilidade pela abençoada batalha em Paris'.

Uma facção do grupo terrorista Al-Qaeda com base no Iêmen assumiu, nesta quarta-feira, a autoria dos atentados da semana passada em Paris, como mostra o correspondente Roberto Kovalick.

Em um vídeo publicado na internet, o chefe da Al-Qaeda na península árabe, Nasser al-Ansi, declara: nós reivindicamos a responsabilidade pela abençoada batalha em Paris, como vingança em nome do mensageiro de Alá.

Al-Ansi afirmou que a operação teria sido financiada e planejada por ordem de Ayman al-Zawahiri, sucessor de Osama Bin Laden no comando da Al-Qaeda.

Na Bélgica, outra peça do quebra-cabeças se encaixou: um traficante de armas admitiu ter vendidos os fuzis, pistolas e lançadores de granadas usadas pelos terroristas em Paris. Ele se entregou à polícia com medo de represálias, porque na transação teria extorquido Amedy Coulibaly, o homem que matou uma policial e depois quatro reféns no mercado judeu.

Um comediante francês que demonstrou simpatia a Coulibaly em uma rede social foi preso nesta quarta-feira (14). Dieudonné M’bala M’bala já foi multado várias vezes por comentários antissemitas. Agora ele vai responder por apologia ao terrorismo, que prevê pena de até sete anos de prisão.

Nesta quarta-feira o presidente francês visitou o porta-aviões Charles de Gaulle, que planeja enviar ao Iraque para ajudar no combate ao grupo Estado Islâmico. François Hollande declarou que vai rever os cortes de orçamento e de efetivo das forças armadas que estavam previstos para os próximos anos.

O homem que se diz o guia espiritual dos irmãos Kouachi declarou que Chérif tinha obsessão pela ideia de lutar em nome do islã. Farid Benyettou é de origem argelina, como os irmãos que mataram 12 pessoas no ataque ao Charlie Hebdo.

Ele foi preso junto com Chérif em 2005 por aliciar jovens para lutar no Iraque. Mas ao sair da prisão, diz ter renunciado à violência, e foi estudar Enfermagem. Em entrevista ao jornal Le Figaro, ele diz que discutiu muitas vezes com Chérif.

“Pensei que ele estivesse mudando de opinião, mas ele era muito teimoso”, diz Farid. “No fim, acho que foi a ignorância que o levou a agir assim”.