Após o último teste do Figueirense antes de estrear no Catarinense, o técnico nem falou sobre jogo. Nem parte técnica, tática, gols não feitos. A coletiva de Argel Fucks após o 0 a 0 contra o Guarani de Palhoça, em partida amistosa na noite deste domingo no Orlando Scarpelli, foi toda voltada para criticar a entrada "criminosa" do volante Ceará em Juninho, lateral-esquerdo e meia da equipe da capital catarinense, que teve fratura na fíbula e rompimento do ligamento confirmados. O comandante não poupou palavras para falar sobre a jogada que encerrou a partida antes do apito final.
- Perdemos uma contratação importantíssima, no começo do
campeonato, aos 40 do segundo tempo, uma falta no meio campo, que não precisava
fazer, de costas, dar uma voadora desta... sendo que pouco antes tinha pego o
tornozelo do Mazola também. Ai você muda o regulamento, traz arbitragem, mas
acontece uma coisa dessa. Acho que mudou para pior, não para melhor. Não tenho
nem clima para falar em jogo, na verdade. Nós temos que dar atenção
para o Juninho, clube vai se colocar à disposição, e é muito difícil, um
jogador que trouxemos com muito carinho, jogador que tem carinho muito
grande pelo torcedor, a torcida gosta muito dele. Sem dúvida foi uma contratação
muito esperada e acontece isso, é muito difícil de falar algo neste momento. Eu
só espero que tenha punição. Se teve arbitro, policiamento, todo aparato que
precisa para um jogo... Antigamente não tinha nada disso e isso não acontecia, as
pessoas se respeitavam. A entrada é criminosa, não é de jogo,
como eu ouvi. Não posso ter escutado isso de dentro do campo, de alguns
jogadores. Entrada criminosa, para ser preso, sair de camburão do estádio - desabafou o treinador.
Ainda inconformado com a situação, principalmente com supostos discursos de jogadores do Bugre afirmando que teria sido uma entrada normal, Argel Fucks desabafou mais ainda. O comandante também foi enfático ao pedir uma punição forte ao jogador do Guarani.
- Não
consigo entender onde estamos. Ouvir afirmação dentro de campo (que foi entrada normal), isso não é
futebol, é UFC, algo do tipo. Não é normal. Se na base sempre jogou assim ele
deve quebrar um por treino. Não tenho nem mais o que falar. A única coisa pra
mim, gostaria de aprender as coisas, mas não de forma tão dura quanto hoje.
Sempre fiz amistoso, sempre teve lealdade, jogo duro, forte, na bola, que é o
que prezamos, o que peço para meu jogador, até porque eu joguei futebol, e nunca
dei uma entrada dessas, de tirar um cara por seis meses, ter fratura exposta. Não sei onde vamos parar. Ou tem uma punição severa, de ficar o
mesmo tempo que o companheiro machucado, como é na Europa, tem que ficar...
Aqui se inventam regras, fazem isso, reunião, "Bom Senso", calendário, mas cada vez
mais.... Onde tem que ter uma lei mais severa para coibir a violência, dentro
do campo não tem, então é difícil.