Jordan Pérez estipulou a meta, e Gibraltar cumpriu. A seleção caçula da Europa perdeu de apenas 4 a 0 para a poderosa Alemanha nesta sexta-feira, em Nuremberg, pelas eliminatórias para a Eurocopa de 2016, e saiu de campo com uma goleada menor do que o 7 a 1 sofrido pelo Brasil nas semifinais da Copa do Mundo. Com uma retranca montada desde o primeiro minuto, os visitantes aproveitaram o pouco ímpeto dos germânicos, que marcaram com Thomas Müller, duas vezes, Götze e Santos, contra.
Curiosamente, Pérez não teve participação na partida. Talvez por castigo, o goleiro, que diz ser o titular de Gibraltar em seu perfil no Twitter, ficou no banco de reservas. Robba entrou em seu lugar e fez bom papel, com defesas importantes para evitar um placar mais elástico. Mas a falta de pontaria dos alemães também contribuiu para o placar "magro": das 37 finalizações germânicas, apenas nove foram no gol. Claro que a postura também influiu: ao contrário do Brasil, que se abriu ao ficar em desvantagem e tomou gols no contra-ataque, Gibraltar só saiu da defesa uma vez. Curiosamente, na única investida, quase balançou a rede de Neuer.
Importante para a Alemanha foi a recuperação nas eliminatórias. Depois de um início claudicante, os campeões mundiais voltaram a vencer após duas partidas e chegaram a sete pontos no Grupo D, embora continuem na terceira colocação - a Irlanda, que perdeu para a Escócia por 1 a 0, leva vantagem no saldo, já que goleou Gibraltar por 7 a 0, mesmo placar do triunfo da Polônia sobre os caçulas. Os novatos seguram a lanterna, sem ter pontuado nem balançado as redes - por outro lado, sofreram 21 gols em quatro jogos.
Müller cumprimenta Robba, goleiro de Gibraltar: vitória fácil da Alemanha (Foto: Getty Images)MÜLLER ABRE O CAMINHO
Müller festeja: atacante marcou duas vezespara a Alemanha na goleada (Foto: Reuters)
Mal a bola começou a rolar, Gibraltar mostrou sua estratégia: os dez jogadores de linha recuaram até a própria área, formaram um paredão e só o desfizeram em raríssimas ocasiões. Os alemães não se surpreenderam. Adiantaram a equipe - Boateng, único zagueiro, se posicionava no meio de campo - e deram início a um jogo de paciência, trocando passes, esperando um erro rival.
Gibraltar resistiu um minuto a mais que o Brasil. A falha veio com o goleiro Robba, aos 11. Após cruzamento de Mustafi da direita, o arqueiro se atrapalhou para fazer o corte, viu a bola bater na trave e sobrar para Müller, que só empurrou para as redes. O artilheiro alemão também fez o segundo, aos 28, completando cruzamento de Podolski.Götze, aos 32, ampliou após tabela com Kruse.
Curiosamente, Gibraltar melhorou no fim da etapa inicial. E quase fez um golaço. Em um lance isolado, Walker acertou um lindo chute de fora da área, pela esquerda, e encobriu Neuer, que atuava mais como líbero do que como goleiro. O arqueiro se surpreendeu, mas se recuperou a tempo e conseguiu espalmar a bola para evitar um momento histórico para o adversário.
ALEMÃES SEM PONTARIA
A vitória definida fez a Alemanha diminuir bastante o ritmo no segundo tempo. O domínio continuou, mas Gibraltar seguiu cerrado na defesa, o que obrigou os donos da casa a exagerar nos cruzamentos e nos chutes de fora da área. Nenhuma das opções foi eficiente.
Numa das poucas vezes em que encontrou espaço, a Alemanha completou a goleada. Aos 21 minutos, Podolski foi lançado na área e cruzou rasteiro. Santos tentou desviar, mas mandou a bola para o próprio gol. Mas ficou nisso: os chutes germânicos continuaram indo para fora da baliza, e a defesa de Gibraltar conseguiu lidar com os muitos cruzamentos na área. No fim, a derrota foi comemorada como vitória.
Isolado: Neuer aparece sozinho no meio de campo, enquanto Alemanha ataca Gibraltar (Foto: Reprodução / Twitter)