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Embaixador está entre os 24 mortos em atentado do al-Shabaab a hotel de Mogadíscio

Diplomatas estariam entre as vítimas; grupo jihadista promoveu outros atentados na capital da Somália recentemente
Policiais invadem canto do hotel em Mogadíscio Foto: FEISAL OMAR / REUTERS
Policiais invadem canto do hotel em Mogadíscio Foto: FEISAL OMAR / REUTERS

MOGADÍSCIO — Em um ataque sangrento, terroristas do grupo jihadista al-Shabaab — aliado da al-Qaeda — tomaram nesta sexta-feira um hotel frequentado por autoridades na capital da Somália, Mogadíscio, e pelo menos 24 pessoas morreram assassinadas e nos confrontos que se seguiram entre os extremistas e as forças de segurança. Entre elas, está o embaixador da Somália na Suíça e no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Yusuf Bari-Bari. Seis são agressores.

Políticos, parlamentares, funcionários do governo e diplomatas estavam no estavam no local no momento da invasão e vários deles foram feitos reféns. A ação iniciou-se com a explosão de um carro-bomba do lado de fora. Em seguida, cinco homens armados entraram no Hotel Maka al-Mukaram atirando, de acordo com fonte policial.

— Um deles estava com uma metralhadora pesada. A maioria dos mortos são guardas de segurança que enfrentaram os rebeldes — disse a fonte, pedindo anonimato.

Pessoas que estavam no hotel tentaram fugir dos terroristas subindo para os andares superiores ou o telhado e pulando pelas janelas. O embaixador da Somália na Alemanha, Mohamed Tifow, foi resgatado de seu apartamento com uma escada.

Após três horas de intensos combates dentro do complexo, forças especiais de segurança conhecidas como Gaashaan (Escudo) — treinadas pelos militares americanos — entraram no local e tomaram o controle de boa parte do edifício. Quase na manhã local, a operação oficialmente terminou.

Policiais se preparam para entrar em hotel invadido Foto: FEISAL OMAR / REUTERS
Policiais se preparam para entrar em hotel invadido Foto: FEISAL OMAR / REUTERS

Olow disse ainda que a maioria dos funcionários do governo acabou sendo resgatada, incluindo o embaixador da Somália na Suíça e no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O militar, porém, não forneceu informações sobre as autoridades ou políticos que ainda estariam sendo mantidos como reféns.

No entanto, um funcionário do governo, Mohamed Hasan, em declaração à imprensa, assegurou que todos os “extremistas foram mortos e a situação estava sob controle”, após mais de três horas de confrontos.

O grupo extremista al-Shabaab emitiu uma nota assumindo a responsabilidade pelo atentado.

— Estamos por trás do ataque ao Hotel Maka al-Mukaram e nossos combatentes continuam dentro do prédio — disse o porta-voz do grupo, Abdulaziz Abu Musab.

O dono do hotel, Gurey Haji Hassan, reclamou da administração local, acusando-a de minimizar suas preocupações com a segurança.

— Me negaram permissão para erguer um bloqueio na rua na entrada do hotel, que já foi atacado três vezes antes — disse ele à emissora Voz da América.

Expulso da capital em 2011

O al-Shabaab foi expulso de Mogadíscio pelas forças de paz africanas em 2011. Porém, continuam fazendo ataques com armas, bombas e granadas, principalmente na capital da Somália. O objetivo é tentar tomar o governo e impor sua versão rígida da sharia (conjunto de leis islâmicas) no país, nos moldes do califado que o grupo extremista Estado Islâmico quer implantar no Iraque e Síria.

Uma ofensiva no ano passado incluindo forças da União Africana e do Exército da Somália conseguiu empurrar o grupo para fora de suas fortalezas no Sul e Centro do país. Já os EUA ajudaram a combater o al-Shabaab com ataques de drones.