INTERTVSérie ASérie B

- Atualizado em

Após 6 a 0 à la Peru de 78, Boavista se defende e fala em árbitro tendencioso

Treinador do Verdão rechaça corpo mole na derrota para o Metropolitano, resultado
que classificou os visitantes no saldo, lembrando polêmico caso de Argentina x Peru

Por Cabo Frio, RJ

Muito além da emoção, a última rodada da primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro foi marcada, sobretudo, por polêmicas. Uma em particular, a da goleada do Metropolitano por 6 a 0 sobre o já eliminado Boavista, acabou gerando uma suspeita de manipulação de resultado e remetendo até ao caso envolvendo Peru e Argentina na Copa do Mundo de 1978 – até hoje há quem acredite que os peruanos se venderam para que os argentinos, que disputavam o Mundial em casa, pudessem chegar à final e conquistar seu primeiro título. Fato é que que o Metrô está nas oitavas de final da competição, o Penapolense (time que acabou ficando sem a vaga) evita pôr lenha na fogueira, e o Boavista aponta um vilão para a história toda: a arbitragem.

O panorama era o seguinte: Metropolitano, Penapolense e Pelotas brigavam pela última vaga na próxima fase. Líder isolado, o Londrina já havia assegurado a sua, enquanto o Boavista, matematicamente eliminado, apenas cumpria tabela. O time de Penápolis venceu o rival gaúcho por 4 a 0, mas acabou ficando fora das oitavas porque o Metrô aplicou fora de casa uma goleada de 6 a 0 no time de Saquarema e avançou com diferença de um gol no saldo. O Verdão, no fim do jogo, ainda desperdiçou um pênalti.

Nesta segunda-feira, a diretoria do Penapolense disse "querer acreditar que não houve nenhum problema". O Boavista, por sua vez, rechaça qualquer possibilidade de ter feito corpo mole na partida e faz duras críticas à atuação comandada pelo árbitro mineiro Flávio Henrique Coutinho Teixeira.

Márcio Bittencourt, técnico interino do boavista (Foto: Gabriel Farias/Futebol Gonçalense)Márcio acredita em uma atuação tendenciosa do árbitro (Foto: Gabriel Farias/Futebol Gonçalense)

– Dificilmente falo de arbitragem, mas o que aconteceu ontem (domingo) foi muito feio. Ficou claro que a arbitragem queria classificar o Metropolitano. Fiquei até triste porque o Penapolense, que venceu de quatro, não classificou. Nós não jogamos nada, não posso falar muita coisa. Mas o árbitro deu um pênalti para os caras, expulsou jogador nosso. Quando o jogo estava 4 a 0 para eles e também estava quatro lá (em Penápolis), o juiz deu um pênalti para os caras. Depois, ainda deu cinco minutos de acréscimo até sair o sexto gol. Eles queriam que desse Metropolitano, isso ficou claro – atacou Márcio Bittencourt, técnico interino do Boavista.

Márcio revela ainda que a diretoria do clube prepara uma nota de repúdio à arbitragem e direciona também parte da reclamação à postura Philip Georg Bennett, que atuou como quarto árbitro da partida e é conhecido por ter sido o primeiro juiz a expulsar o holandês Seedorf, à época no Botafogo, de campo.

– Foi muito, muito, muito (tendenciosa)! Até a forma como o árbitro falava comigo, com os jogadores. O treinador adversário mandou e desmandou no jogo, o cara apitava e falava, e ninguém via. O quarto árbitro é do Rio, aquele bobalhão que expulsou o Seedorf. O cara parece que é contra nós. Estava me atrapalhando a trabalhar. Em um momento, ele disse que eu não podia abrir os braços para falar com o meu jogador porque parecia que eu estava nervoso. Eu disse que estava nervoso, sim, porque estava sendo roubado em casa. Foi muito feio o que fizeram com o Boavista.

bruno costa, boavista (Foto: Andreia Maciel)Bruno Costa conta que não está surpreso com comentários de manipulação (Foto: Andreia Maciel)


Capitão da equipe, o zagueiro Bruno Costa disse que previu as acusações de manipulação de resultado logo assim que a partida terminou 6 a 0 para o Metropolitano.

– Sabíamos que, depois do jogo, aconteceriam esses comentários. Agora, o Boavista não tem nada com o Metropolitano ou com o Penapolense, não queria classificar nem um, nem outro. Tínhamos apenas que cumprir tabela. O Boavista não tem nada a ver com isso – concluiu.