Rio

Em dia de protesto contra morte de policiais, PM é executado na Baixada Fluminense

Cruzes pretas foram fincadas na areia de Copacabana para homenagear colegas mortos por bandidos
Cruzes representam policiais mortos por bandidos Foto: Leitor José Conde
Cruzes representam policiais mortos por bandidos Foto: Leitor José Conde

RIO - O soldado da Polícia Militar Cristiano Rodrigues de Paula foi morto a tiros na noite deste domingo no bairro de Cidade Nova, em Nilópolis, na Baixada. De acordo com a 57ª DP, ele estava reunido com amigos quando quatro homens desceram de um carro e começaram a atirar. Ele foi socorrido e levado para a UPA da cidade, mas não resisitiu aos ferimentos. A morte ocorre no mesmo dia em que policiais civis e militares fizeram uma manifestação na orla de Copacabana, na Zona Sul, contra a morte de colegas em serviços. O clima era de comoção, e parentes participaram da ação, que contou com cerca de 500 pessoas. Também neste domingo, à tarde, um outro sargento da PM foi baleado durante uma operação na comunidade Recanto das Acácias, em São Gonçalo.

O homem baleado em São Gonçalo foi encaminhado ao Hospital Alberto Torres. De acordo com um policial do 7º BPM (São Gonçalo), o sargento levou um tiro de raspão na cabeça e teve uma fissura na caixa craniana. Não há risco de morte, e o homem está lúcido. O policial era lotado no 7º BPM, e sua identificação não foi revelada. O efetivo da unidade realizava buscas pelos criminosos na comunidade na noite deste domingo.

Já durante o ataque que resultou na morte de Cristiano, uma outra pessoa também foi atingida, mas ainda não há informações sobre o estado de saúde da vítima.

CRUZES NA AREIA

Em Copacabana, pela manhã, foram fincadas cruzes com fotos dos policiais mortos na areia do Posto 6. Vestidos com camisetas pretas ou brancas e com a inscrição “Basta!” estampada, eles saíram de Copacabana e seguiram em caminhadas até o Leme. Na lista dos manifestantes, oito reivindicações, entre blindagem dos contêineres das UPPs, transformação de crimes contra policiais em hediondo e amparo para familiares de policiais mortos em serviço.

Segundo uma das organizadoras do protesto, a cabo da PM Flávia Louzada, disse ao Extra, somente em 2014, foram mortos 81 PMs, um policial civil e um policial federal, além de 288 baleados em serviço.

— O movimento é para conscientizar a população da guerra que está acontecendo no Rio de Janeiro, onde as pessoas que antes eram caçadoras viraram a caça. Quando é rápido, a família só consegue receber algum benefício do Estado apenas quatro meses depois da morte do ente querido. Com isso, as famílias são duplamente penalizadas: pela perda do familiar e pela falta de amparo financeiro — completou Flávia.

Mãe da policial Alda Rafael Castilho, morta em serviço na UPP na Vila Cruzeiro, em fevereiro deste ano, Maria Rosalina Rafael da Silva, de 60 anos, disse que vê como positiva a mobilização de familiares:

— Essas manifestações são importantes para chamar a atenção das autoridades e da sociedade, que são omissas em relação à morte de policiais. Choro todos os dias pela morte da minha filha. Se nada for feito, outras Aldas vão continuar morrendo. As autoridades estão dando trela para que a criminalidade continue a avançar.