28/03/2015 17h54 - Atualizado em 28/03/2015 17h54

Projeto de incentivo ao parto normal seleciona hospitais no interior de MG

Uberlândia e Barbacena estão entre as escolhidas do interior do estado.
Anúncio feito na sexta-feira (27) selecionou 28 instituições no Brasil.

Do G1 Triângulo Mineiro

Hospital de Clinicas UFU Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)Hospital de Clinicas de Uberlândia foi um dos
selecionados (Foto: Reprodução/TV Integração)

O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram na sexta-feira (27), as 28 instituições selecionadas para participar do projeto de incentivo ao parto normal. Dentre os selecionados estão o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena. (Veja a lista completa)

O objetivo é incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público. O projeto ainda tem a intenção de identificar modelos inovadores de atenção ao parto, capazes de trabalhar a promoção e qualidade do cuidado e da segurança da mulher e do bebê.

Três propostas de modelos assistenciais alternativos serão apresentadas aos participantes como ponto de partida. Eles foram construídos com base em evidências científicas e em experiências exitosas desenvolvidas por outras maternidades do país e serão aperfeiçoados e customizados junto com os hospitais do projeto-piloto.

No primeiro modelo, o parto é realizado pelo plantonista do hospital. O segundo propõe que o parto seja realizado pelo médico pré-natalista do corpo clínico, com suporte da equipe multidisciplinar de plantão, que irá fazer o acompanhamento inicial da parturiente até a chegada de seu médico.

No terceiro modelo, o parto é assistido por um dos membros de uma equipe de profissionais, composta por três ou mais médicos e enfermeiras obstetras. Neste caso, a parturiente se vinculará à equipe que terá sempre um médico e uma enfermeira obstetra de sobreaviso para realizar a assistência do trabalho de parto e parto.

As mudanças sugeridas no âmbito do projeto “Parto Adequado” poderão ser feitas em todos os atendimentos ou em uma parcela da população atendida pelos hospitais. O hospital deverá seguir integralmente as recomendações e diretrizes propostas, testando o conjunto completo de mudanças. Os resultados dessa intervenção serão observados em médio e longo prazo e as ações devem ser introduzidas gradativamente, permitindo aperfeiçoamento antes de serem adotadas em larga escala.

Em experiências pontuais já realizadas no Brasil, a aplicação da metodologia obteve resultados positivos: o percentual de partos normais mais do que dobrou, as admissões em UTI Neonatal caíram e houve melhoria da remuneração dos profissionais que contribuíram para aumentar a eficiência dos serviços.

Cenário
As altas taxas de cesáreas verificadas no país - 84% na saúde suplementar e 40% no sistema público – são motivo de preocupação do governo brasileiro. Quando não tem indicação clínica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.

Por isso, para enfrentar essa situação, o Ministério da Saúde e a ANS propôs esta série de medidas coordenadas, que se somam às iniciativas que vêm sendo implementadas pela Agência desde 2005.

Além do projeto-piloto que está em andamento, em julho entrará em vigor a Resolução Normativa nº 368, com medidas que garantem o acesso de beneficiárias de planos de saúde aos percentuais de cirurgias cesáreas (por operadora, por hospital e por médico) e a utilização do partograma e do cartão da gestante. Entre as ações previstas para este ano está a elaboração de diretrizes clínicas para o parto, trabalho realizado por um grupo coordenado pelo Ministério da Saúde.

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