Edição do dia 01/05/2015

01/05/2015 22h59 - Atualizado em 02/05/2015 00h01

Especialista em TI abandona 15 anos de carreira para se tornar mecânica

Thaís largou carreira bem sucedida com informática para trabalhar onde sempre sonhou: em uma oficina.

Quando foi para a faculdade, Thaís escolheu o curso de ciências da computação.
Estava decidida a fazer carreira na área. E fez. Foram 15 anos de trabalho.

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Globo Repórter: E você profissionalmente estava bem situada, ia bem?
Thaís França Roland, mecânica: Estava, estava muito bem, já tinha uma carreira constituída, certificações internacionais, ganhava bem.

Mas a Thaís não estava satisfeita. Ela guardava em segredo um sonho antigo. Até que há dois anos criou coragem, jogou tudo pro alto e veio assumir o lugar que sempre quis: embaixo de um carro. Para a família e os amigos foi um choque. Mas a verdade é que, desde criança, Thaís era fascinada por carros e motores.

“Eu sempre tive bastante afinidade” lembra Thaís.

A afinidade era tanta que Thaís fez cursos de mecânica, estágio, até que teve certeza: o universo da informática já não trazia mais satisfação.

Globo Repórter: Na sua antiga ocupação tinha ar condicionado?
Thaís França: Tinha, 17 agradáveis graus.
Globo Repórter: Na oficina a gente tá mais ou menos a quanto?
Thaís França: Ah, já deve estar uns 40.
Globo Repórter: Era melhor antes, né?
Thaís França: Só nesse aspecto.

Ela trabalha mesmo e pesado. É a única mulher na equipe. A oficina é especializada na restauração de carros antigos. Modelos raros, que valem uma pequena fortuna e desfilam nas exposições para colecionadores.

E no fim de semana? Finalmente ela descansa? Nem pensar! Vai para a escola. É a professora de uma turma de marmanjos. Lá também Thaís não dá espaço para piadinhas machistas. Impõe respeito pela competência.

Entre peças, ferramentas, óleo e graxa, Thaís encontrou seu lugar.

Thaís França: Eu venho feliz trabalhar, então eu estou muito realizada.
Globo Repórter: Isso teve um significado grande na sua vida?
Thaís França: Teve, até para a saúde. Eu era uma pessoa doente, literalmente. Asma, tudo me atacava. Hoje em dia eu só tenho calor na oficina, mas tudo bem. Se tudo der certo ele não vai me matar.