06/05/2015 15h55 - Atualizado em 07/05/2015 07h27

Vereador afastado após Operação Perfídia renuncia ao cargo em Buritis

Investigações apontam envolvimento de político em suposto 'mensalinho'.
Júlio Cesar Antunes diz que tomou a decisão por motivos pessoais.

Eliete MarquesDo G1 Ariquemes e Vale do Jamari

Seis veradores foram afastados da Câmara de Buritis (Foto: Eliete Marques/G1)Verador renunciou o mandato na Câmara de Buritis
(Foto: Eliete Marques/G1)

O vereador Júlio Cesar Antunes Quarezemin (PT do B) renunciou ao cargo, segundo ele, por motivos pessoais. Em março deste ano, o político foi afastado durante o desdobramento da Operação Perfídia, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), que revelou um suposto esquema de "mensalinho". O pedido de renúncia foi protocolado na segunda-feira (4), na secretaria da Câmara de Vereadores, antes da sessão ordinária

Na época do afastamento, Júlio disse ao G1 que não tinha conhecimento do "mensalinho". Nesta quarta-feira (6), o político reiterou que a renúncia não tem relação com as investigações do MP-RO. "Agradeço os votos dos meus eleitores. Renunciei por motivos pessoais", resumiu, sem dar mais detalhes.

De acordo com a Câmara de Vereadores, o pedido do vereador foi lido na sessão de segunda-feira e deu consequência a um decreto legislativo que extinguiu o mandato de Júlio. O suplente Cabo Passos (PT do B) assume a vaga.

Além do afastamento determinado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), a Câmara de Vereadores afastou, através de decreto legislativo, seis vereadores e o prefeito Antônio Correia de Lima (PMDB), por 180 dias. A casa abriu uma comissão processante, que decidirá em 90 dias, se os mandatos dos afastados serão cassados.

Mensalinho
De acordo com o MPRO, os vereadores afastados formam um grupo conhecido como "G-6", sendo o então presidente da Câmara de Vereadores, Raimundão (PTB) e outros cinco parlamentares: Júlio Fisioterapeuta (PT do B), Júlio do Laboratório Central (PTB), Reinaldo Silvestre de Souza (PSD), Diamante Negro (PSD) e Jaci (PSD).

Segundo as investigações, o prefeito pagava propina ao grupo de seis vereadores, por meio de empresários do município. Os valores eram repassados aos parlamentares, em troca de apoio político. Além das vantagens econômicas, os parlamentares eram beneficiados em contratos administrativos.

Operação Perfídia
A operação foi realizada no último dia 17 de março após a descoberta de um suposto esquema nas secretarias municipais de Obras (Semob) e de Educação, Cultura e Esporte (Semece) de Buritis, que teria desviado cerca de R$ 5 milhões no período de 2013 a 2014.

De acordo com o MP-RO, a suposta quadrilha falsificava documentações e licitações para beneficiar agentes públicos e empresários da cidade. Os envolvidos são suspeitos de diversos crimes, entre eles falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, concussão e corrupção.

A Operação Perfídia teve início no ano passado e investiga o suposto esquema há aproximadamente seis meses. As apurações devem ter continuidade.

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