09/05/2015 08h53 - Atualizado em 09/05/2015 08h53

Projeto utiliza escamas de peixe para fazer acessórios de desfile da SPFW

Iniciativa capacita artesãs do projeto Sereias da Penha que produzem peças usadas no desfile do estilista Ronaldo Fraga, na São Paulo Fashion Week

Estilista Ronaldo Fraga mostra enfeites criados por moradores de uma comunidade de pescadores da Paraíba (Foto: Globo)O estilista Ronaldo Fraga mostra assessórios criados por moradores de uma comunidade de pescadores em João Pessoa (Foto: Globo)

No mundo das passarelas, as modelos exibem as tendências do mercado da moda para a próxima estação. Mas, no desfile de Ronaldo Fraga na São Paulo Fashion Week, um dos eventos mais importantes da área, há uma peculiaridade: alguns materiais usados na produção de roupas e acessórios vieram de um lugar bem distante da terra da garoa.

Em um colônia de pescadores de João Pessoa, Paraíba, moradoras unem arte e talento para transformar a própria realidade. Trata-se do projeto Sereias da Penha, onde as mulheres usam fios de cobre, nylon, e escamas de peixe para confeccionar acessórios.

Todas as 17 artesãs participantes foram descobertas e capacitadas a partir de uma parceria de Ronaldo Fraga com a prefeitura de João Pessoa, o SENAC e o Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB).

A educadora do IFPB, Fátima Souza conta como o Sereias da Penha mudou a vida dessas mulheres (veja vídeo ao lado).

— A gente acredita que através da educação há transformação de vidas. E a qualificação para o trabalho pode gerar uma transformação de como elas vão, daqui pra frente, pegar esse conhecimento e gerar mudança — diz o estilista.

Nas mãos das artesãs, as escamas são retiradas manualmente, lavadas e preparadas para ganharem durabilidade. Depois disso, entram em uma linha de produção onde as artesãs confeccionam as peças com base em desenhos enviados por Ronaldo Fraga. As técnicas utilizadas por elas foram aprendendidas com os professores do projeto.

O estilista Ronaldo Fraga diz que o Sereias da Penha promove muito mais do que geração de renda.

— Mais do que gerar emprego e renda, você tem que promover a apropriação cultural, porque é isso que vai dar autoestima para elas. Então, aquele ali não era um desfile do Ronaldo, era um desfile do Ronaldo, da Dorinha, da Fátima, de todos os envolvidos no projeto — conta.

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