• Redação Marie Claire
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Renée Fabish com Milla:

Renée Fabish com Milla: "A única coisa que mudou para nós foi o uso dos pronomes", diz a mãe (Foto: Reprodução / YouTube)

Uma mãe que vive com a família na Austrália usou seu perfil no Facebook para postar um vídeo em que explica como o filho transgênero de 9 anos decidiu não viver mais como uma menina. Publicada por Renée Fabish, a gravação em que a filha Milla Brown fala sobre como é viver “num corpo errado” já foi visto mais de 3,8 milhões de vezes e recebeu centenas de comentários elogiando a coragem de mãe e filho.

“Oi, meus amigos e familiares... Eu adoraria que assistissem esse slideshow que eu fiz... Ele explica algumas das grandes mudanças que estamos passando com Milla e nossa família. Milla precisa de nosso apoio agora mais do que nunca!!!”, escreveu Renée, que vive com o marido e outra filha em Brisbane.

No video, aparecem imagens de Milla Brown desde o nascimento, em 2005. Em legendas, a mãe explica que a menina nasceu “saudável, feliz e cheia de personalidade”. “Desde os 2 anos, Milla se referia a si mesma como uma menina-menino, uma meina que gostava de coisas de garoto desde muito cedo”, conta a mãe. Assista ao vídeo (em inglês):



Fã de super-heróis, a pequena também insistia em usar roupas de meninos e constantemente pedia à mãe para cortar o cabelo curto, diz o relato de Renée.

“Todo mundo nos dizia que era tudo uma fase”, relata a mãe. Os problemas começaram quando a filha se tornou uma criança infeliz. “Um dia, Milla veio até mim chorando e perguntou se havia algum remédio que fizesse ela se transformar num menino.”

Com o passar do tempo, a mãe diz ter observado a filha se tornar cada vez mais reservada e deprimida. Milla foi diagnosticada com disfunção de gênero –alguém com um cérebro masculino num corpo feminino- após os pais a levarem a um endocrinologista e um psiquiatra infantil. Os médicos aconselharam a fazer a transição o quanto antes.

Milla, que decidiu não viver mais como menina aos 9 anos:

Milla, que decidiu não viver mais como menina aos 9 anos: "Não é fácil ser eu" (Foto: Reprodução / YouTube)

Milla (de boné) em foto com a irmã mais velha (Foto: Reprodução / Facebook)

Milla (de boné) em foto com a irmã mais velha (Foto: Reprodução / Facebook



Segundo Renée, como a filha já se reconhecia como um menino, a única mudança para a família foi o uso de pronomes masculinos para se referir a ela.

A mãe explica que ser transgênero não é uma questão de escolha da criança e que cerca de metade das pessoas nascidas assim sofrem com problemas mentais, depressão e tentativas de suicídio devido à falta de aceitação e bullying de que são vítimas. “Nosso filho tem o direito de ser feliz como qualquer outra criança”, diz.

Em seguida, Milla aparece no vídeo e explica que se sente alguém “em um corpo errado”. “Não é fácil ser eu. Estou numa fase muito ruim na escola, os meninos me zoam toda hora, me chamam de menina gay e esquisita”, diz.

“As pessoas não me entendem, ninguém quer ser meu amigo. Eu só queria que me aceitassem como eu sou. Tenho sorte de ter uma família incrível que me apoia 100 por cento”, afirma. O video termina com uma mensagem dos pais para quem julga o filho. “Todo mundo enfrenta dificuldades que nós sequer temos ideia. Lembre-se de ser sempre gentil.”