Economia Negócios

Havanna, tradicional rede de alfajor, terá loja no Rio

Empresa negocia seis pontos em shoppings e aeroportos
. Foto: Divulgação
. Foto: Divulgação

SÃO PAULO - Associada ao charme da cidade de Buenos Aires e sinônimo de alfajor, a rede argentina Havanna prepara-se para abrir suas primeiras unidades no Rio de Janeiro. Estão em negociação seis pontos em shoppings centers e aeroportos, que devem iniciar suas atividades em dezembro, oferecendo, além dos alfajores, café, panetones e doce de leite. É a segunda ofensiva dos argentinos no mercado brasileiro, desta vez através do sistema de franquias. Desde 2006, a empresa já abriu cafés e quiosques em São Paulo e Curitiba, totalizando 28 lojas próprias.

— Agora a marca vai se nacionalizar no país. A expansão começa pelo Rio de Janeiro, depois vai para o interior de São Paulo e para região Centro-Oeste — diz Conceição Cunha, diretora da Havanna no Brasil.

Os alfajores oferecidos continuarão sendo importados da fábrica de Mar Del Plata, balneário a 400 quilômetros de Buenos Aires, onde a marca nasceu em 1948. Mas alguns produtos já são made in Brazil. O panetone recheado de doce de leite e o ovo de Páscoa, por exemplo, foram desenvolvidos no Brasil. Para este Natal, a empresa vai oferecer três novos sabores de panetones recheados, também criados no país. Calcula-se que somente a loja do aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, venda mais de sete milhões de alfajores por ano. Na Argentina, são consumidos cerca de 6 milhões de alfajores por dia, de mais de 1,2 mil marcas diferentes. Por aqui, o plano da Havanna é vender 1 milhão de alfajores por ano.

— O Brasil é considerado um dos mercados mais importantes para a empresa. A marca já é muito conhecida. Não havia brasileiro que fosse a Buenos Aires e não trouxesse uma caixa do alfajor Havanna para dar de presente — diz Conceição Cunha.

ALTOS E BAIXOS

A marca vem sobrevivendo aos altos e baixos da economia Argentina ao longo das últimas décadas. Criada por três amigos, que homenagearam a capital de Cuba, somente em 1995, a empresa abriu seu primeiro Havanna Café, em Buenos Aires, inspirado nas cafeterias europeias. Em 1998, foi comprada por US$ 85 milhões pelo fundo de investimentos Exxel Group. Em novembro de 2003, deficitária, a empresa foi adquirida pelo fundo de investimentos Desarollo y Gestión, que saneou as dívidas e começou a expandir sua linha de produtos e sua rede de lojas, quiosques e cafés.

A expectativa é que nos próximos cinco anos mais de 320 franqueados estejam com as portas abertas, segundo Conceição, em sistema de franquia. O investimento inicial começa em R$ 90 mil, para quiosques, e chega a R$ 270 mil para as cafeterias.

O coordenador do Centro de Pesquisa em Estratégia do Insper, Luiz Fernando Turatti, observa que a ofensiva dos argentinos no mercado brasileiro coincide com anos de aprofundamento das crises na economia argentina. Com um mercado consumidor gigantesco como o brasileiro, é natural que a rede tenha o país como um dos alvos.

— A estratégia da Havanna é diluir os riscos, num momento em que o mercado argentino está desaquecido. O desafio da empresa será transformar um produto que é típico de um país e identificado pelo brasileiro como um presente aos hábitos de consumo - diz Turatti, do Insper.

SEM CONCORRÊNCIA NO BRASIL

Para ele, embora não exista uma marca de alfajor brasileira que possa concorrer com a Havanna, Turatti lembra que marcas brasileiras como Cacau Show e Kopenhagen se enquadram na mesma categoria da Havanna, oferecendo um mix de produtos, que também são presentes, e podem ser consumidos acompanhados de café.

— É um mercado competitivo, mas a marca tem apelo já que há um fluxo muito grande brasileiros que viaja a Buenos Aires. Aqui eles não precisam contar uma história, todo mundo já conhece — diz Turatti.

Turatti lembra que no Brasil, as cafeterias Havanna incluíram o pão de queijo no cardápio. Já no Peru, os consumidores preferem comprar unidades individuais do alfajor, a comprar a caixa com seis, observa o especialista.

Atualmente, a Havanna já está em dez países, além da Argentina. A marca já fincou sua bandeira no Brasil, Estados Unidos, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e República Dominicana. Na Europa, é possível encontrar uma loja na Espanha, e no Oriente Médio, em Israel.