Piracicaba (SP) começou a realizar testes para monitoramento do mosquito Aedes aegypti por de aplicativo de celular. Associada a um GPS, a tecnologia permite que o agente de saúde tire uma foto do inseto preso em armadilhas. O app analisa a imagem e identifica se o mosquito capturado é macho ou fêmea e se é transmissor da dengue.
O objetivo do projeto-piloto é ajudar a prevenir possíveis infestações, de acordo com a empresa responsável pelo app e a Secretaria de Saúde do município. Os testes acontecem desde 27 de outubro e os primeiros resultados devem ser divulgados em 10 dias.
Como a iniciativa está em fase experimental, terá duração de três meses, sem custos para a Prefeitura. Após esse período, a Secretaria de Saúde avaliará a viabilidade de implantação do app em maior escala. O sistema já é testado também em outras cidades paulistas e em Porto Alegre (RS).
O projeto pretende antecipar o combate à doença antes do mosquito agir, informou a Ecovec, empresa de Belo Horizonte (MG) que desenvolve o projeto em Piracicaba. Na cidade, foram instaladas 28 armadilhas em dois bairros. Cada equipamento tem uma distância de 250 metros um do outro.
Com o GPS, a intenção é que um mapa mostre, instantaneamente, se há infestação do mosquito transmissor da dengue nas áreas onde estão instaladas as "armadilhas". Os bairros Vila Fátima e Vila Monteiro foram escolhidas para realização dos testes, segundo a Prefeitura, devido aos históricos de ocorrências da doença.
O índice de infestação da região é representado em uma escala de cores, do verde ao vermelho. Os agentes de saúde, responsáveis pela instalação, manutenção e monitoramento das armadilhas, foram treinados para capturar as imagens e interpretar os dados do aplicativo, segundo a empresa.
Armadilhas
De acordo com Bruna Natalina de Souza Martins, analista de relacionamento da Ecovec, as armadilhas funcionam como falsos criadouros. O equipamento é composto por um recipiente com pouca água e uma lâmina com um atraente sintético, onde a fêmea do mosquito entra para botar, mas fica presa e morre.
“O conteúdo das armadilhas é retirados pelos agentes do combate à dengue e os mosquitos capturados também são enviados para análise em laboratório, em Belo Horizonte”, disse.
Aposta
O coordenador do Plano de Combate à Dengue de Piracicaba, Sebastião Amaral Campos, afirmou que o projeto-piloto é uma aposta do município para ampliar as ações de prevenção à doença na cidade.
“Estive com o secretário de Saúde, Pedro Mello, em Porto Alegre em junho para conhecer a tecnologia. Consideramos o sistema eficiente e, por determinação do secretário, decidimos fazer esse programa piloto na Vila Monteiro e Vila Fátima”, afirmou.
Casos
De acordo com levantamento mais atualizado da Secretaria de Saúde de Piracicaba, até o dia 8 de novembro, foram confirmados 3.662 casos de dengue na cidade, com 8.789 registros suspeitos notificados. Na Vila Monteiro, há 127 casos e, na Vila Fátima, são 26 ocorrências.