29/02/2016 09h09 - Atualizado em 01/03/2016 08h08

VÍDEO: entenda como funcionam as prévias presidenciais nos EUA

Eleitores participam da escolha dos que serão candidatos à presidência.
Prévias têm formato de primárias ou caucus; VEJA VÍDEO e entenda.

Marina FrancoDo G1, em São Paulo

Os americanos escolhem no dia 8 de novembro o próximo presidente que vai governar os Estados Unidos. Mas, desde o dia 1º de fevereiro, estão comparecendo às urnas em todos os estados. Eles participam de prévias para escolher, de forma indireta, quem serão os candidatos à presidência. Nesta terça (1º), por exemplo, ocorre a chamada Superterça, um dos dias mais importantes dessa disputa, com prévias simultâneas em 12 estados.

Assista ao vídeo acima

 

As prévias são a primeira etapa das eleições norte-americanas. Nelas, pré-candidatos disputam a nomeação para candidato à presidência dos dois principais partidos: o Democrata e o Republicano.

Cada estado organiza sua votação, que pode ser em formato de primárias ou de caucus. Cada estado e cada partido tem sua regra para as prévias.

Primárias
As primárias têm o formato de uma eleição comum: os eleitores depositam seus votos em urnas. A peculiaridade é que em alguns casos participam apenas os filiados do partido que está realizando a votação. São as chamadas primárias fechadas. Em outros, cidadãos não registrados também podem votar. Aí a prévia ganha o nome de primárias abertas.

Eleitor deixa cabine de votação das primárias presidenciais em Manchester, New Hampshire (Foto: REUTERS/Jim Bourg)Eleitor deixa cabine de votação das primárias presidenciais em Manchester, New Hampshire (Foto: REUTERS/Jim Bourg)

Caucus
Já o caucus funciona de uma forma um pouco diferente. Ele se assemelha a uma assembleia comunitária. Antes de votar, os eleitores podem conversar entre si e podem até convencer os outros a mudar de ideia (Leia mais). Os caucuses também podem ser fechados ou abertos.

Independente do formato, o voto não é direto. Na realidade, os eleitores votam em delegados que defendem a candidatura do pré-candidato de sua preferência. Os votos dos delegados eleitos são feitos apenas em julho, na convenção nacional de cada partido, quando os candidatos são nomeados oficialmente. Detalhe: eles não têm a obrigação legal de seguir a escolha do eleitorado, mas geralmente costumam, sim, votar naqueles que declararam apoio.

Este é o formato adotado pelo estado de Iowa, por exemplo, que foi o primeiro a promover prévias. Na ocasião, a disputa entre os democratas foi tão acirrada que em alguns locais de votação tiveram de apelar ao cara ou coroa, método que está previsto nas regras do partido.

Militantes do Partido Democrata participam de caucus em Des Moines, capital de Iowa.  (Foto: REUTERS/Brian C. Frank)Militantes do Partido Democrata participam de caucus em Des Moines, capital de Iowa (Foto: REUTERS/Brian C. Frank)

Mas não é preciso esperar até julho para saber os vencedores das prévias. A soma dos delegados conquistados por cada candidato já costuma indicar o vencedor.

Eleições em novembro
Depois das convenções, os candidatos têm apenas mais três meses para fazer campanha até o dia 8 de novembro. Mas, de novo, assim como nas prévias, essa eleição não é direta.

No dia das eleições, os americanos votam em representantes que defendem os candidatos de sua preferência. Esses representantes farão parte de um colégio eleitoral, que é o que de fato elege o presidente.

Cada estado tem direito a um número de representantes que é proporcional à sua população. Ao todo, são eleitos 538 representantes. Para se eleger, o candidato a presidente tem que conseguir pelo menos 270 votos.

Mas nem sempre vence a eleição quem tem mais votos diretos em todo o país. Nas eleições de 2000, George W. Bush se reelegeu mesmo tendo recebido menos votos na contagem geral do que seu concorrente democrata, Al Gore.

[SELO HOME]  Montagem com os candidatos republicanos Donald Trump, Ted Cruz, Marco Rubio e os democratas Hillary Clinton e Bernie Sanders nas eleições dos EUA (Foto: Reuters)Montagem mostra os pré-candidatos democratas (acima) Bernie Sanders e Hillary Clinton e republicanos (abaixo) Ted Cruz, Donald Trumo e Marco Rubio (Foto: Reuters)

Isso pode ocorrer porque a contagem dos votos no colégio eleitoral funciona por um sistema conhecido por “the winner takes it all” ou “o vencedor leva tudo”.

Por esse sistema, o candidato com mais votos diretos leva todos os votos que o estado tem direito no colégio eleitoral. Por exemplo: se o candidato A obtiver 40% dos votos da população de um estado e o candidato B conseguir 60%, o candidato B leva todos os votos do estado no colégio eleitoral, e o candidato A não leva nenhum.

Os estados do Nebraska e do Maine são exceções à regra do “the winner takes it all”. Neles, há distritos eleitorais. O candidato mais votado em cada um dos distritos leva um voto, e o mais votado no geral leva mais dois.

Agora, e se nenhum candidato conseguir os 270 votos? Aí a decisão vai para a Câmara dos Deputados, com a delegação de cada estado tendo direito a um voto.

Eleições EUA prévias caucus primárias infográfico (Foto: Editoria de Arte/G1)
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