03/05/2016 12h40 - Atualizado em 03/05/2016 13h27

MPF fecha o cerco contra a pesca irregular em trecho do Rio Piracicaba

Autoridades se reuniram nesta terça (3) para analisar infração no manancial.
30 toneladas de peixes foram retiradas desde março de 2016, diz órgão.

Do G1 Piracicaba e Região

O Ministério Público (MP) Federal abriu procedimento administrativo para analisar a denúncia de pesca irregular realizada em pontos proibidos do Rio Piracicaba. Uma norma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) impede a atividade. Nesta terça-feira (3), autoridades municipais, a Polícia Ambiental e membros de organizações  se reuniram, em Piracicaba (SP), para traçar um plano de fiscalização reforçado no local, além da conscientização dos pescadores. Placas com aviso e orientações também deverão ser colocadas na região.

30 toneladas
De acordo com o Instituto Beira Rio, pelo menos 30 toneladas de peixes foram pescadas no trecho proibido, entre as Pontes do Mirante e Morato. A denúncia foi feita para a Promotoria Estadual do Meio Ambiente, que enviou o caso para o Ministério Público Federal , porque o Piracicaba é um Rio Federal.

O profissional e integrante do Instituto Beira Rio, Luis Fernando Nagossi, afirmou que uma grande quantidade de peixes se concentra no trecho entre o Salto e a Rua do Porto. "Isso facilita a captura deles e muitas pessoas desrespeitam a norma do Ibama", disse.

Nesta terça-feira, a reportagem da EPTV flagrou pessoas pescando no trecho proibido. Alguns deles alegaram desconhecer a norma. No local, não havia agentes de  fiscalização.

A única placa de proibição estava escondida entre os galhos das árvores. "Se não tem ninguém olhando, a gente vem, se há, a gente não vem", disse um pescador.

Moradores e turistas pescam em trecho proibido pelo Ibana no Rio Piracicaba (Foto: Reprodução/EPTV)Moradores e turistas pescam em trecho proibido
pelo Ibama (Foto: Reprodução/EPTV)

O Rio Piracicaba registrou mortandade de peixes em 2014, depois sofreu com a estiagem que também comprometeu a Piracema. Pesquisadores do Ibama afirmam que a reprodução das espécies já ocorreu entre outubro e fevereiro de 2016.

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental do Instituto Chico Mendes (Cepta/ICMBIO), afirmam que, com os problemas da pesca irregular e da perda de habitat, associados à má qualidade da água e destruição da mata ciliar, o estoque de peixes poderá ser reduzido consideravelmente. Entre 2014 e 2015, a estiagem matou 60 toneladas de peixes.

Segundo os especialistas, os peixes ainda não atingiram idade correta para serem pescados e se o "estoque" de peixes não for reposto, poderá haver um problema de sobrepesca, com a retirada de mais espécies do que o permitido.

Polícia Ambiental
Mesmo com os flagrantes registrados pela reportagem, a Polícia Ambiental de Piracicaba afirmou que faz o policiamento preventivo no trecho da Rua do Porto todos os dias. Segundo a corporação, já foram feitas apreensões. A multa pela pescaria em local proibido é de R$ 500 e R$ 20 a mais por quilo de peixe. A pessoa ainda pode responder por crime ambiental.

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Milhares de peixes são encontrados mortos no Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), nesta quarta-feira (12). Não há informações se o ocorrido é devido à seca ou vazamento de algum produto químico.  (Foto: Paulo Ricardo/Futura Press/Estadão Conteúdo)Milhares de peixes são encontrados mortos em 2014 (Foto: Paulo Ricardo/Futura Press/Estadão Conteúdo)

 

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