23/04/2016 07h41 - Atualizado em 23/04/2016 19h33

Segunda vítima de queda de ciclovia é enterrada neste sábado no Rio

Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, foi enterrado no São João Batista.
Eduardo Marinho, velado na sexta-feira, será cremado neste sábado

Fernanda RouvenatDo G1 Rio

Corpo de Ronaldo Severino da Silva é velado em Botafogo (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)Corpo de Ronaldo Severino da Silva é velado em Botafogo (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)
Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, morreu na queda da ciclovia (Foto: Arquivo de família)Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, morreu na
queda da ciclovia (Foto: Arquivo de família)

Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, o segundo homem encontrado morto após a queda do trecho de 20 metros da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, Zona Sul do Rio, foi enterrado na manhã deste sábado (23), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. A primeira vítima, Eduardo Marinho de Albuquerque, de 54 anos, foi velada na sexta-feira e será cremada neste sábado, no Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio.

Ronaldo trabalhava há quase 20 anos como gari comunitário na Rocinha. Segundo os familiares de Ronaldo, a empresa responsável pelo projeto da ciclovia arcou com as despesas do velório. A mulher de Ronaldo, Eliane Barbosa, morava sozinha com o marido. Ela soube da morte dele por um amigo.

"Onze horas da noite que ele foi falar pra mim que o meu marido tinha morrido. Isso que aconteceu com o meu marido e com o outro rapaz, com o Eduardo, pode acontecer com qualquer pessoa, só que até agora ninguém veio me procurar pra saber como está a minha situação", disse Eliane.

Durante o enterro, moradores da Rocinha protestaram e disseram que a prefeitura cometeu um homicídio. O prefeito se disse 'triste' com as acusações.

Ronaldo Severino da Silva trabalhava como gari comunitário na Favela da Rocinha (Foto: Arquivo de família)Ronaldo Severino da Silva trabalhava como gari
comunitário na Rocinha (Foto: Arquivo de família)

Eliane e Ronaldo estavam casados há 11 anos e os dois eram cristãos. Durante o velório na manhã deste sábado, parentes e amigos da igreja estiveram presentes para prestar as últimas homenagens a Ronaldo.

Apesar da tristeza, Eliane acredita que o que aconteceu com o marido foi uma fatalidade e diz não estar "culpando ninguém".

"Ele saiu 7h da manhã e falou pra mim: 'Eliane, eu vou dar uma volta na praia daqui até Copacabana', ele sempre fez isso nas folgas dele. Como você vai adivinhar que vai acontecer isso? Ele estava passando na hora. A onda veio e levou ele. Eu não estou culpando ninguém. Eu só peço a Deus que me dê força, honra e glória", completou Eliane.

De acordo com primo da vítima, Marco Antônio, Ronaldo costumava passear pela ciclovia Tim Maia. "Eu espero que a justiça seja feita. Era um homem trabalhador, não merecia isso não. Você nunca espera estar andando numa ciclovia daquela, tão nova, e ela, de repente, ir ao chão. Uma ciclovia bonita daquela, ele andava por ali. Ele saiu de casa, disse que ia dar uma volta, mas teve a infelicidade de parar justamente ali naquele local", contou Marco Antônio.

Ainda segundo Marco Antônio, a família agora espera um auxílio da prefeitura e se preocupa com o futuro de Eliane. "Ela só tinha ele que ajudava ela em tudo. Ele era o porto seguro dela. Agora, pra ela, desabou o chão. Não desabou só pra ele não, desabou pra ela também", completou o primo de Ronaldo.

Eduardo Marinho morreu em acidente na Niemeyer (Foto: Arquivo Pessoal)Eduardo Marinho morreu em acidente na Niemeyer
(Foto: Arquivo Pessoal)

Engenheiro foi 1ª vítima encontrada pelos bombeiros
Já Eduardo corpo foi reconhecido pelo cunhado João Ricardo Tinoco, logo após ter sido resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Em seguida, a mulher de Eduardo, Eliane, também reconheceu o corpo, e se emocionou na praia de São Conrado. O engenheiro costumava caminhar na ciclovia.

“Ele falou que ia chegar ao meio-dia em casa, aí a minha irmã, que é médica e estava indo operar, sentiu um aperto no coração e pediu para eu ligar e ele sempre corre naquela direção da Niemeyer, que é bonita. Ela me ligou e pediu uma ajuda. Como eu estava aqui pertinho, eu parei o carro e vim ver se era ele. Eu que vi pela primeira vez [o corpo]. Não ficou boa essa ciclovia, porque se logo no início já caiu. Realmente foi uma fatalidade horrível. Ele era corredor, sempre corria”, contou o cunhado.

 

Queda da ciclovia
O desabamento da Ciclovia Tim Maia ocorreu no final da manhã desta quinta-feira (21). Na manhã desta sexta, os bombeiros retomaram as buscas por outras supostas vítimas do desabamento. A previsão é que os trabalhos continuem por três semanas.

De acordo com o comandante das Unidades de Salvamento Marítimo, Marcelo Pinheiro, os bombeiros trabalham com a hipótese de mais três supostas vítimas.

Inicialmente os bombeiros informaram que trabalhavam com a hipótese de apenas mais uma vítima. Segundo relatos de testemunhas, uma senhora que passava pelo local também teria caído no mar.

Em nota, os bombeiros informaram que militares de cinco unidades (Gávea, Grupamento de Busca e Salvamento, Grupamento Marítimo de Botafogo, Grupamento Marítimo de Copacabana e Grupamento de Operações Aéreas) participam da operação, e que são utilizadas lancha, aeronave e equipe terrestre nas buscas na superfície.

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