• Lucas Alencar*
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Dores de cabeça, perda de concentração e falhas na memória são algumas consequências de uma noite de sono bem quente (Foto: Reprodução)

Dores de cabeça, perda de concentração e falhas na memória são algumas consequências de uma noite de sono bem quente (Foto: Reprodução)

A NASA confirmou que, pelo terceiro mês consecutivo, o planeta bate recordes de altas temperaturas. Fevereiro de 2016 foi o mês mais quente já registrado na história, por uma margem muito grande.

Como se isso não bastasse, a agência espacial americana confirmou que 2015 foi o ano mais quente da história. Além disso, 15 dos 16 anos com temperaturas mais altas já registradas estão entre 2001 e 2015. Que conclusão podemos tomar a partir disso? Sim, teremos muitas noites quentes pela frente.

Como o calor está em alta, diversos pesquisadores concentraram seus estudos nos efeitos da alta temperatura no corpo humano. Uma pesquisa publicada recentemente, elaborada por uma equipe de cientistas internacionais, concluiu que uma noite de sono muito quente pode fazer com que você acorde no dia seguinte com a sensação de estar de ressaca, que inclui retenção de líquidos, pele inchada, dores de cabeça, falta de concentração, memória falha e aumento na pressão sanguínea.

Ué, mas por quê?

Para ter uma noite de sono tranquila, é preciso que o clima também esteja favorável. De acordo com Christopher Gordon, pesquisador sobre hábitos do sono, “para termos um sono perfeito, precisamos que aconteça uma queda considerável na temperatura de nosso corpo”.

O cientista indica que o ideal é que o dormitório esteja com aproximadamente 18º, temperatura necessária para que o corpo perca a quantidade de calor que acumulou durante o dia. Segundo a ONG National Sleep Foundation, a temperatura do corpo tende a flutuar durante o dia, mas atinge o ponto mais baixo em torno de cinco horas da manhã. Depois de chegar “ao fundo do poço”, o calor corporal começa a crescer novamente, conforme a manhã se aproxima.

Esta importante e delicada queda de temperatura pode ser prejudicada se o dormitório estiver muito quente – ou muito frio, é relevante frisar –, impedindo a temperatura do corpo de baixar entre quatro e cinco horas da manhã, causando uma interferência nas horas mais vitais do sono.

Um estudo organizado pelos Institutos Nacionais da Saúde, órgão governamental subordinado do Ministério da Saúde dos Estados Unidos, apresentaram sobre qualidade do sono.

Neste estudo, os voluntários dormiram em quartos perfeitamente climatizados durante um mês. “Pessoas saudáveis que passaram trinta dias dormindo em uma temperatura média de 18ºC tiveram um aumento em suas reservas de tecido adiposo marrom. O nome pode não soar muito bem, mas ele é responsável por ajudar o corpo a queimar calorias e a gastar o excesso de açúcar no sangue”, explicou o pesquisador Francesco Celi.

Melhor preparar o bolso para comprar um ar condicionado, não é?

*Com supervisão de Cláudia Fusco