Saúde

ONU recomenda reduzir dose padrão de vacina contra febre amarela

Medida seria reação à escassez causada por epidemia em Angola

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, acompanha a vacinação de um homem em visita à Angola em abril
Foto: Divulgação/OMS/Jose Caetano
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, acompanha a vacinação de um homem em visita à Angola em abril Foto: Divulgação/OMS/Jose Caetano

RIO — Especialistas em saúde das Nações Unidas recomendaram cortar a dose padrão de vacina contra febre amarela em 80% em caso de emergência, em meio a uma escassez da vacina global.

Uma dose menor daria imunidade durante pelo menos 12 meses, disseram.

As reservas de segurança foram esgotadas por um programa de vacinação em massa em Angola, onde a doença já matou mais de 300 pessoas desde dezembro.

Uma onda de casos na República Democrática do Congo tem levantado temores de uma situação de crise. Com o atual surto, 18 milhões de doses de vacina foram enviadas para o país, Angola e Uganda.

O estoque global da vacina já foi esgotado duas vezes desde fevereiro.

Em um comunicado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu que a chamada “dosagem fracionada” só seria usada como uma medida de curto prazo em situações de emergência, quando há escassez.

Uma dose regular da vacina confere imunidade para toda a vida. A OMS disse que não está claro se doses fracionadas teriam efeito em crianças.

De acordo com a OMS, os estoques de vacinas eram adequados, mas um surto em Kinshasa, a populosa capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, fez o órgão internacional considerar seriamente “prevenir a transmissão por meio de campanhas de vacinação em larga escala”.

A República Democrática do Congo relatou 1.044 casos suspeitos de febre amarela desde março, incluindo 71 mortes, segundo a OMS. De 61 casos confirmados, 53 foram ligadas a pessoas que haviam viajado para Angola. Este país informou 3.137 ocorrêcias suspeitas desde dezembro, com 345 óbitos registrados.