22/06/2016 17h47 - Atualizado em 22/06/2016 17h47

CE já tem 123 casos de microcefalia; 21 bebês morreram, diz secretaria

Outras 14 mortes estão sendo investigadas no Ceará.
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 1.616 casos da doença.

Do G1 CE

Gravidas estão sob observação para contagio de zika (Foto: Reuters)Gravidas estão sob observação para contagio de
zika (Foto: Reuters)

O Ceará já tem 123 casos de microcefalia confirmados até esta terça-feira (21), de acordo com boletim  epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Vinte e um bebês morreram por infecção congênita, dos quais 10 óbitos com identificação do vírus Zika em tecido fetal. Outras 14 mortes estão sendo investigadas.

Transmissor do vírus da zika, que pode causar a microcefalia, o Aedes Aegypti é também vetor da dengue, febre chikungunya, febre amarela e síndrome de Guilain Barré.

Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 1.616 casos da doença e de outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Desde o início das investigações, em outubro do ano passado, 8.039 casos suspeitos foram notificados ao Ministério da Saúde. Outros 3.007 permanecem em investigação. Do total de casos confirmados, 233 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika.

Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 324 óbitos suspeitos de microcefalia ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Isso representa 4% dos casos notificados. Destes, 86 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 182 continuam em investigação e 56 foram descartados.

 

Gestantes
As gestantes estão sendo orientadas a adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com um crânio de um tamanho menor do que o normal – com perímetro inferior ou igual a 33 centímetros. A condição normal é de que o crânio tenha um perímetro de pelo menos 34 centímetros. Essas medidas, no entanto, valem apenas para bebês nascidos após nove meses de gestação, e não são referência para prematuros.

Na maior parte dos casos, a microcefalia é causada por infecções adquiridas pelas gestantes, especialmente no primeiro trimestre de gravidez – que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. De acordo com os especialistas, outros possíveis causadores da microcefalia são o consumo excessivo de álcool e drogas ao longo da gestação e o desenvolvimento de síndromes genéticas, como a síndrome de Down.

Testes passam a ser obrigatórios
Os testes para diagnosticar a infecção pelo vírus da zika passarão a ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde, segundo uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial da União.

Microcefalia é causada por vírus da zika mutante, diz estudo (Foto: Rede Globo)Microcefalia é causada por vírus da zika mutante, diz
estudo (Foto: Rede Globo)

De acordo com a resolução, que entra em vigor no dia 6 de julho, três tipos de testes de zika passam a fazer parte do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no Âmbito da Saúde Suplementar: o teste de zika por PCR, IgM e IgG.

O teste PCR, ou de biologia molecular, consiste em multiplicar a quantidade de RNA do vírus na amostra coletada, ou seja, amplificar o material genético do vírus para que seja possível identificá-lo quimicamente. O teste molecular, apesar de ser preciso, é capaz de detectar a presença do vírus em um período muito curto de tempo: só até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas.

Já os testes IGM e IGG, ou testes sorológicos, são capazes de detectar anticorpos produzidos em resposta à infecção pelo vírus da zika. O IgM (imunoglobulina M) detecta anticorpos produzidos na fase aguda da doença e o IgG (imunoglobulina G) detecta se houve infecção anterior pelo vírus.

microcefalia jornal hoje (Foto: Tv Globo)Característca da microcefalia

Recomendações
Para evitar o contágio, a Secretaria de Saúde orienta sobre os cuidados com o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus. As gestantes devem fazer uso de repelente tópico, considerando a relação causal entre o Zika vírusx e os casos de microcefalia relacionada ao vírus Zika diagnosticados no país. Estudos indicam que o uso tópico de repelentes a base de DEET por gestantes não apresenta riscos.

Em casa, os repelentes ambientais  saneantes regularizados devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisax). Esses produtos não devem ser indicados ou utilizados diretamente em seres humanos, mas em superfícies inanimadas e/ou ambientes, seguindo sempre, com atenção, as orientações do fabricante.

É importante que as gestantes realizem um acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico.  Elas também não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

Além disso, a população  deve adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas. Gestantes devem usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

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