Rio

Atleta de ciências voa para disputar olimpíada

Aluna do Pedro II embarcou nesta terça-feira para a Dinamarca

RIO - Depois de muita luta e uma torcida que começou no Colégio Pedro II, onde cursa o 3º ano do ensino médio, e se espalhou pela internet, a estudante Lorrayne Isidoro, de 17 anos, embarcou nesta terça-feira para Copenhague, na Dinamarca, onde irá representar o Brasil na Olimpíada Internacional da Neurociências 2016. A mãe, Estela Mereilles Isidoro, foi com a filha. O pai, Jorge Cabral, ficou no Rio e resumiu em poucas palavras as qualidades da jovem, que conquistou a solidariedade de milhares de pessoas nas redes sociais e saiu de casa, no Morro Camarista Méier, no Engenho de Dentro, para transformar seu sonho em realidade:

— Ela é uma menina muito determinada. Eu estou muito emocionado porque ela decidiu, estudou e realmente chegou lá. Eu acredito que ela vai trazer a medalha de ouro — disse orgulhoso o pai, que acompanhou a mulher e a filha até o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

ESTUDANTE RECEBE ELOGIOS AO CHEGAR A AEROPORTO

A família chegou cedo ao aeroporto, para acompanhar o embarque de Lorrayne, Estela e da professora Camila Marra, que ajudou a jovem a se classificar para a olimpíada. Além do pai, estavam presentes as irmãs Diorrayane, de 16 anos, e Shetllen, de 9. Somente Sterlyen, de 14 anos, ficou de fora da despedida. O voo decolou no início da tarde, quando ela estava em casa estudando para uma prova no Pedro II.

Mais uma vez, a família recebeu elogios de quem aguardava no setor embarque:

— Eu fico muito feliz por poder conhecê-la pessoalmente. Acompanhei a luta dessa jovem e é muito bom ver alguém como ela representando o Brasil em um campeonato de ciência — afirmou a passageira Carolla Carulla.

Estela, que desde a classificação da filha para a competição estava mantendo a calma, ontem confessou o nervosismo pouco antes da partida e ficou emocionada ao se despedir do marido e das filhas:

— A expectativa é bem grande e emocionante. Estamos prestes a viajar e o coração começa a palpitar mais forte, a gente começa a chorar um pouquinho, mas a satisfação está em saber que ela vai se divertir, que ela vai ter um enriquecimento cultural. Aí é que está a minha felicidade, não é em vencer, mas saber que ela vai competir e vai estar se sentindo muito bem.

VISITA A PARQUE

Representando o Colégio Pedro II, que também contribuiu para a viagem da jovem custeando as passagens, a professora Christiane Coelho Santos, chefe do Departamento de Biologia, lembrou a importância do gesto de Lorrayne:

— É uma vitória muito importante. A gente está mostrando que a escola pública pode ser de qualidade e formar pessoas de qualidade. É assim que a gente caminha.

Até o embarque, Lorrayne demonstrava a mesma serenidade de sempre. Ao ser questionada sobre qual lugar queria conhecer na Dinamarca, a jovem agiu como menina:

— Quero conhecer o parque Tivoli Gardens — afirmou, abrindo seu sorriso largo.